A gentileza está cada vez mais rara. O tom de voz macio e sereno tem desaparecido de muitos lares, e o estresse vem substituindo a calmaria e a tranqüilidade da vida cotidiana.
Lembro dos meus filhos quando pequenos, com cerca de três a quatro meses, quando desejavam imitar um carinho e, sem o domínio da força e do equilíbrio muscular, acabam dando um tapa no rosto.
Nestas ocasiões eu pegava suas mãos e, como toda mãe faz, ensinava a eles como fazer um carinho, passando as mãozinhas deles pela minha face com delicadeza e gentileza. Com o passar dos meses e com a aquisição do controle da força, eles aprenderam a serem gentis em seus atos de carinho e afeto.
Na vida também precisamos reforçar a nós mesmos, continuadamente, a mantermos a gentileza em nossos relacionamentos. A Bíblia nos adverte seriamente a este respeito: em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam. (Mateus 7.12); Se por estarmos em Cristo, nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. (Filipenses 2.1-4)
Nós sempre esperamos gentileza das pessoas com quem convivemos: uma saudação de "bom dia", um sorriso, ouvir "obrigada”, e o cavalheirismo de um homem a nos abrir a porta do elevador ou nos deixar sair primeiro de um recinto enquanto ele nos segura a porta. Mas nem sempre estamos decididos a fazer o mesmo por outras pessoas, sejam mais velhas ou mais novas, que também esperam gentilezas das nossas atitudes.
Você cumprimenta as pessoas por quem passa na rua? Beija e abraça com carinho seus familiares e irmãos da igreja? Pede com delicadeza o sal ou a manteiga quando está à mesa com sua família? Agradece com simpatia ao frentista do posto de gasolina que lhe serviu? Fala com seus empregados com consideração? Ouve seus filhos com atenção e seriedade? Ajuda uma pessoa mais velha a atravessar a rua? Cede seu lugar a uma mulher gestante ou mais velha? Pondera as palavras, adoçando-as antes de falar, mesmo quando vai dar uma reprimenda?
A gentileza, ou amabilidade, quebra a cerviz alheia, derruba barreiras de defesa de pessoas frias, aquece o coração de uma pessoa fria e indiferente. Em casa, promove afeto, destruindo o ânimo para discussões e brigas, acariciando corações feridos, colocando bálsamo em feridas abertas.
Decida pela gentileza. Faça o seu melhor pelo outro, mesmo ciente de que não receberá sua gentileza de volta. Continue oferecendo seu sorriso, seu bom humor e sua generosidade. Afinal, sempre recebemos de Deus o melhor Dele, mesmo não merecendo. Ele permanece leal quando somos infiéis, e mantém sua generosidade quando erramos e falhamos em nossas atitudes.
Elaine Cruz
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