Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

Banho de chuva

É comum ouvir as pessoas dizerem que os dias atuais parecem mais curtos, que o tempo tem passado mais rápido. As vinte e quatro horas do dia não são mais suficientes para colocarmos em ordem as mesas do trabalho, ou para finalizarmos com sucesso as nossas tarefas da casa ou pessoais.

Como as pessoas faziam no tempo do ferro a vapor? Como conseguiam lidar com a casa colocando as roupas para “quarar" ao sol (você sabe o que é isto?), como davam conta de engomar ternos e camisas, e usar o bonde que andava tão devagar? De que forma conseguíamos viver sem a praticidade do celular?

A tecnologia nos ajuda, as informações estão ao alcance de um clique, metrôs encurtam o tempo de trajetos, eletrodomésticos nos ajudam a ganhar tempo. Mas, ainda assim, o tempo nos falta. Os dias se encerram com as nossas agendas cheias de compromissos adiados para os dias seguintes.

Os filhos hoje não vão só à escola: há cursos de inglês, dança e música; aulas de futebol e ginástica olímpica, além do reforço escolar e do curso preparatório para uma escola que vai cobrar mais, custar mais e exigir mais reforço escolar. Nos tornamos “mãetorista" entre as jornadas de trabalho, e os pais ainda precisam arrumar tempo para levar filhos aos barbeiros e cabeleireiros, parques de brinquedo e casas de parentes. Além de fazerem supermercado, manterem a rotina das lições de casa, organizar super faxinas na casa e refeições deliciosas para a família.

Lembro que minha mãe, que sempre trabalhou fora durante a minha infância, cumpria com prazer suas tarefas do lar. É verdade que naquela época eu e minhas irmãs ajudávamos, muitas vezes colocando uma cadeira na pia para alcançarmos a louça do jantar a ser lavada.  Contudo, sempre que o tempo fechava no meio do dia (eu nasci em São Paulo - o que acontecia com freqüência)e começava chover, a gente largava tudo e íamos para o quintal tomar banho de chuva. E tudo poderia esperar até a chuva passar…

Eventualmente, na correria do dia a dia, eu digo a meu marido que preciso tomar um banho de chuva. Ele entende o código: se for possível, deixamos um pouco nossa atividade ministerial e profissional, e paramos para tomar um chocolate quente no inverno, dar um mergulho rápido na piscina ou na praia no verão ou simplesmente assistimos um filme bobinho pra relaxar.

Todos nós precisamos organizar momentos para tirar férias, de tempos em que descansamos, abraçamos e simplesmente deixamos de carregar pedras: Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar, tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, tempo de abraçar e tempo de se conter, tempo de procurar e tempo de desistir, tempo de guardar e tempo de lançar fora, tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de falar, tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz. (Eclesiastes 3.1-8).

Por mais que tenhamos tarefas a cumprir, que sejamos disciplinados e competentes, precisamos nos lembrar de que: Os velozes nem sempre vencem a corrida; os fortes nem sempre triunfam na guerra; os sábios nem sempre têm comida; os prudentes nem sempre são ricos; os instruídos nem sempre têm prestígio; pois o tempo e o acaso afetam a todos. (Eclesiastes 9.11). Assim sendo, façamos o nosso melhor, separando tempo para viver também de forma melhor todas as oportunidades da vida.

De vez em quando, esqueça a maquiagem. Deixe seu cabelo respirar sem laquê. Aproveite o friozinho do inverno, a brisa suave do verão, o sol ameno da primavera e a preguiça iluminada e amarelada dos dias do outono.

O relatório do trabalho, a louça da pia e a faxina na casa podem esperar.

Que tal tomar, pelo menos uma ou duas vezes por semana, um banho de chuva?

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Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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