Temos ouvido que o mundo não será o mesmo depois desta pandemia. Sim, um vírus vai ser capaz de alterar as relações de trabalho, as interações entre pessoas e a forma como convivemos em sociedade.
Desde o nascimento vivenciamos mudanças a cada etapa da nossa vida. Cada nova aptidão do bebê, como engatinhar, andar, falar e aprender a comer sozinho, traz mudanças significativas em seu envolvimento com o meio social. Ao longo dos anos, ainda na infância, aprendemos saberes acumulados, apreendemos conceitos e incorporamos valores morais imprescindíveis à nossa humanidade.
Formamos mais de noventa por cento da nossa personalidade até o final dos sete anos, internalizando aprendizagens intelectuais e morais. E seguimos assimilando valores, estruturando um pensamento mais racional, lógico e interpretativo. Na adolescência e juventude continuamos a individualizar nossa forma de agir, sentir e fazer as coisas, resolvendo problemas e lidando com cobranças cada vez mais importantes, como casamento e profissão.
Quando chegamos à vida adulta, continuamos a aprender com erros e acertos, nossos ou alheios, e podemos modificar, a qualquer momento, formas de agir, vícios e manias adquiridas. Mesmo na velhice, se quisermos, transformamos visões de mundo, assimilando as novidades trazidas por filhos e netos. Para mudar, portanto, basta querer. O discurso de que “eu nasci assim e vou morrer assim” não é inteligente ou prático. As pessoas nos afetam, a vida nos faz repensar, e o evangelho nos transforma, mudando quem somos.
Há algumas datas e fatos que marcam mudanças. Quando nos formamos no ensino fundamental, concluímos o ensino médio ou encerramos o curso superior, nossa visão do mundo profissional se amplia. Quando nos mudamos para outra cidade, ou quando trocamos de emprego, muitas mudanças nos são impostas.
O casamento também traz mudanças significativas, pois inauguramos uma nova família, com regras novas a serem partilhadas. Da mesma forma, quando o divórcio é inevitável, ou a viuvez se impõe, é necessário aprender a conviver com saúdes e novos desafios.
Também nos adaptamos a novas vivências quando nos aposentamos, quando chegamos na menopausa, ou quando iniciamos nossa caminhada com Deus em uma nova igreja.
Tudo muda na vida de um casal quando chega o primeiro filho, e quando cada nova criança nasce: a casa se remodela, as relações entre os irmãos de reorganiza, gastos e horários são reformulados. Quando os filhos se casam, deixando o ninho vazio, o casal mais uma vez precisa se readaptar a uma nova organização familiar, reaprendendo a viver com as lembranças e o vazio deixados pelo que se foram.
Ao longo de todas as experiências de vida, nós decidimos, a todo momento, manter o velho eu, ou mudar para melhor. E todas as mudanças que enfrentamos servem como pontos de inflexão, como momentos crucias para vivermos novas experiências na nossa vida pessoal e espiritual. Jacó muda depois de lutar com o anjo, tudo muda para Davi depois que ele vence Golias, e a vida de Moisés dá uma guinada radical depois do seu encontro com Deus na sarça ardente!
Portanto, não tenha receios quanto ao que viveremos de diferente depois do coronavírus. Deus nos criou com uma capacidade enorme de adaptação a novas situações, e enquanto ele estiver conosco teremos a garantia de que passaremos bem pelas mudanças.
As mudanças nos testam mas também nos fortalecem. Sempre podemos escolher mudar para melhor, mudar para crescer, mudar para amadurecer.
Elaine Cruz
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