O medo é uma emoção inata e natural ao ser humano, entendida como um instinto primário para garantir nossa sobrevivência física.
O medo pode ser simples, como medo de insetos, de tempestade ou do escuro. Existem vários níveis de medo, desde a noção de perigo diante de algum risco, que nos permite ficar alertas, como olhar para os lados antes de atravessar a rua; até o pavor, fobia ou síndrome do pânico, quando os temores já são patológicos e precisam ser tratados.
Os medos em geral são aprendidos na infância, por vezes sem nenhuma associação com um fato específico, mas sempre construídos por outras pessoas. Não nascemos com medo de coisas que não conhecemos: nossos medos são aprendidos, e quanto mais convivemos com pessoas medrosas, mais medrosos ficamos.
Podemos desenvolver medos vinculados à vida sentimental, como medo de uma possível decepção amorosa, de lembranças traumáticas do passado, ou de desilusões projetadas para o futuro. Muitos ainda sofrem de medos associados a questões espirituais, por ainda não conhecerem as verdades bíblicas, como medo da morte, do inferno, e de pessoas que já morreram, entre outros.
Há também os medos associados a fatos anteriormente vivenciados, ou cuja possibilidade nos amedronta, como medo de assaltos, de acidente de trânsito, de desabamentos, ou da violência urbana, por exemplo. Nesta época de pandemia, estamos convivendo com medos de possíveis vivências, não só da doença, como das consequências a ela atribuídas.
Sempre precisamos nos lembrar de que a primeira vez que a palavra medo aparece na Bíblia foi no episódio em que Deus chama por Adão e Eva e eles, por já terem desobedecido, se escondem pois estavam com medo. Com o pecado, o homem passa a ter medo, e fica sujeito à dores no corpo e sofrimentos em sua alma. Adão e Eva perdem a segurança do jardim que habitavam, e assistem ao primeiro homicídio entre seus filhos. Sofrem a dor do luto de Abel, e a saudade da separação quando precisam se despedir de Caim.
Surge a necessidade de trabalhar, a imposição de prover moradia e alimento. A humanidade passa a temer as agruras a serem enfrentadas ao longo da vida, e a inquietar-se com o futuro a construir, ocupações que nos acompanham até hoje.
É importante observar que nossa responsabilidade para com a nossa família pode nos trazer preocupações legítimas em períodos onde a economia se mostra frágil, como é o caso dos dias atuais. Estamos lidando com uma doença nova, com um vírus que pode ser mortal, e com uma situação inédita, onde não podemos visitar ou abraçar aqueles que amamos.
Contudo, independente da seriedade da situação, precisamos acalmar nossa alma, controlando nossos temores. E acalmar-se não é uma atitude externa, mas uma decisão interna de manter a calma em momentos de aflição, o que exige treinamento e maturidade. Quando perdemos a calma, nossos pensamentos se agitam e nossa racionalização se perde. Esquecemos coisas importantes, agimos de forma desordenada, falamos o que não devemos, e não focamos no que é prioridade e essencial.
A Bíblia traz a expressão “não temas” 365 vezes, ou seja, uma para cada dia do ano. Como servos de Deus, precisamos ter a mente limpa de temores, internalizando as muitas palavras de coragem que a Bíblia nos outorga. Deus nos promete proteção, segurança e consolo. Ele é nosso amigo, auxiliador e protetor. Nós podemos confiar nele, e não temer más notícias e desastres naturais: O justo jamais será abalado; para sempre se lembrarão dele. Não temerá más notícias; seu coração está firme, confiante no Senhor. O seu coração está seguro e nada temerá. (Salmos 112.6-8).
Nos dias atuais, quando nossos medos são reformulados, e tememos o desemprego, o convívio social e um vírus invisível a olho nu, esteja com os olhos abertos para presenciar milagres e livramentos. Os nossos medos podem ser novos, mas o nosso Deus é o mesmo!
Sua vida e futuro estão nas melhores mãos.
Elaine Cruz
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