Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

Finanças no Casamento - Parte 2 - Quando a mulher trabalha fora

Grande parte das discussões entre os casais gira em torno das contas a serem pagas, do dinheiro mal empregado, dos gastos abusivos com besteiras, ou em torno do desrespeito de um dos cônjuges para com o esforço profissional do outro ou para com a baixa motivação para o trabalho.

Ainda hoje muitas questões também perpassam o trabalho feminino. Há homens e mulheres que questionam se a mulher pode e deve trabalhar fora. Pautam-se na estrutura machista e patriarcal, em que o homem mantém o domínio e é o responsável pela manutenção da casa e da sociedade, e onde a mulher existe para servir seu pai e marido. Sob esta ótica, muitos homens impedem a esposa de trabalhar fora, alegando que ela não vai se sujeitar a outras pessoas (só a ele), e cobram de si mesmos a tarefa de manter seu lar. Na visão de muitos, a mulher ainda é vista como incompetente e frágil, devendo se restringir a tarefas domésticas e maternais. 

Muitas mulheres também se casam achando que o marido tem a obrigação de sustentar seus luxos e vontades, como o pai anteriormente fazia. Negam-se a estudar e preparar-se profissionalmente, e não aceitam trabalhar fora alegando que não são obrigadas a serem nada além de esposas e mães.

Além disso, ainda há pastores que ensinam seus membros a não deixarem as esposas trabalharem fora – pois, no discurso deles, a mulher tem uma cabeça fraca e torna-se insubmissa ao marido, negligencia os filhos ou nega a fé em Jesus. A este respeito, é sempre bom ressaltar que o trabalho feminino é bíblico. Quando Deus criou Adão e Eva, já no capítulo primeiro, verso vinte e sete, ele ordenou que ambos dominassem sobre a terra. A mulher recebeu também capacidade intelectual e adquiriu valores morais para viver em sociedade. Temos na Bíblia mulheres que foram juízas (Débora), costureiras (Dorcas), rainhas (Esther), e muitas que ajudaram Jesus em seu ministério com seu trabalho e suas finanças (Maria Madalena, Joana, Susana, entre outras). É sempre bom ressaltar as características da mulher sábia, citada em Provérbios 31. Esta mulher era louvada por seu esposo e filhos, o que ilustra que antes de tudo ela era uma excelente esposa e mãe primorosa. Mas perceba que já naquela época ela exercia múltiplas tarefas na sociedade me que vivia – ela costurava, administrava, tecia, negociava terrenos, comercializava mercadorias e cintas, plantava vinhas, vendia roupas, era a governanta da sua própria casa, mantinha a casa aquecida no inverno, e ainda viajava a trabalho para de longe trazer o sustento para a sua casa!

Nos dias atuais, na maioria dos lares há necessidade que a mulher trabalhe fora, ausentando-se do lar, de modo a complementar o salário do marido e ajudar nas despesas da casa. Mas pode acontecer também do marido ganhar o suficiente para as despesas da casa, e ainda assim a esposa ter o desejo de exercer uma carreira profissional. Muitos homens e muitas mulheres de gerações passadas, como mães e sogras, não entendem isso. Esquecem-se de que nos dias de hoje as mulheres são criadas para que exerçam uma atividade no mundo do trabalho, e não mais são ensinadas a dedicarem-se exclusivamente à casa e aos filhos. Para elas, a vida profissional gera um sentimento de mais valia, onde o exercício de uma atividade promove auto realização e aumenta a auto estima.

Um casal em que um homem é amigo, doador e parceiro de sua esposa, e a mulher tem uma atitude de adjutora e amiga de seu esposo, dificilmente terá problemas com a questão financeira ou com a liberdade de decidir junto sobre a necessidade ou a opção da esposa trabalhar fora.

É compreensível que a jornada dupla de trabalho, fora e dentro de casa, seja desgastante, além de impedir que a mulher acompanhe seus filhos com mais precisão. Isto faz com que algumas mulheres resolvam concentrar suas atividades em casa, cuidando da casa, do marido e dos filhos. Contudo, esta escolha deve ser feita a dois, pelo casal, sem que haja conflitos conjugais ou pessoais, e será também abençoada por Deus. O que não pode haver é uma insatisfação feminina gerada por um marido que impede a sua esposa de trabalhar, bem como uma insatisfação masculina provocada por uma esposa que se nega a ajudar seu esposo a organizar as finanças da casa.

Vale ainda ressaltar que muitas mulheres não conseguem usufruir com sabedoria a liberdade de exercer a sua profissão. Algumas se dedicam exclusivamente à carreira, esquecendo-se que darão contas a Deus por seu lar e seus filhos. Há esposas que, por ganharem mais, diminuem seus maridos, deixando de honrá-los ou respeitá-los. Outras há que entendem que o dinheiro do marido é para pagar as contas da casa, mas que o salário delas deve ser usado para seu próprio benefício – compram roupas e jóias desmedidamente, sem se importar com o fato de seus filhos precisarem de material escolar ou haver contas da casa atrasadas.

Lembre-se sempre que dinheiro da esposa é do casal, assim como o dinheiro do marido é do casal. O compromisso de ambos é com a casa e o lar, não importando quem ganha mais ou os interesses individuais. Conjugar a vida é também conjugar dinheiro, bens e talentos com o cônjuge que amamos!

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Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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