A administração das finanças no casamento deve ser conjunta. Para tanto, é fundamental que marido e mulher se organizem para discutir e planejar como e em que o salário de ambos há de ser empregado.
Alguns casais optam por comprar um caderno simples ou um livro-caixa simplificado, onde diariamente anotam todos os gastos, desde contas pagas a mimos pessoais, como um bombom ou lanche que resolveram fazer ao longo de um dia de trabalho. O bom é que, ao final de um mês, é possível montar uma planilha dos gastos onde o casal pode perceber em que o dinheiro foi gasto. É possível saber quanto se gastou com educação, saúde, passagens, lanches, supermercados, lingerie, lazer, dízimo e ofertas, etc.
Além disso, o hábito de ambos anotarem seus gastos, favorece ao casal uma leitura do desperdício em alguma área. Podem perceber, por exemplo, que gastam muito comprando guloseimas na rua, e que poderiam economizar se comprassem num supermercado as mesmas coisas que pagam mais caro em lojas pequenas. Ou que vale a pena levar lanches e frutas para o trabalho, evitando comer fora todos os dias, fazendo uma economia para uma viagem de férias.
Há também casais que mantêm contas separadas, um sabe o quanto o outro ganha e tem o cartão bancário da conta do cônjuge, e que decidem separar as despesas. A esposa fica com os gastos do supermercado, lazer e material escolar, e o marido paga os impostos como luz, telefone e condomínio, por exemplo. O inconveniente neste caso é que muitas vezes as contas com determinados itens podem subir, ou um deles ter que pagar uma despesa extra, e o outro nem sempre quer “emprestar” dinheiro ao cônjuge. E é muito triste assistir um casal onde um está sempre cobrando o seu dinheiro ao cônjuge.Por isso, o ideal é que todo casal monte o seu orçamento doméstico. O primeiro passo é anotar todas as entradas (dinheiro, salários) de ambos, mesmo que os salários sejam depositados em contas separadas.
O passo seguinte é reservar o dízimo, pois sendo primícia deve ser separado assim que o salário entra na conta bancária ou é recebido em mãos.
A seguir, devem relacionar as despesas, as contas a serem pagas, principalmente as fixas (ensino, supermercado, impostos, aluguel, condomínios, gasolina, passagens, empregados, etc.), que em geral não variam muito de um mês para o outro. Muitos casais, por não se planejarem, gastam com passeios, restaurantes e com sapatos e roupas, que muitas vezes não são necessários, e deixam de pagar contas de luz, ou mensalidades escolares de seus filhos.
Gastar dinheiro é muito fácil, e como as contas em geral têm dias de vencimentos diferenciados, se não houver uma planilha e reserva de dinheiro para os gastos essenciais, muitas vezes o dinheiro acaba no meio do mês e contas que vencem ao final do mês deixam de ser pagas. Em geral, quando entra o novo salário, pagam-se as contas atrasadas, além dos juros desnecessários que muitas vezes engolem o dinheiro que seria destinado às contas do mês seguinte.
As despesas móveis, como compras de roupa, de presentes, viagens, lazer, entre outras, também devem ser listadas dentro do orçamento doméstico. E dentro desta relação entram também os gastos com o cartão de crédito. Sim, porque muita gente se esquece de que os gastos no cartão terão que ser pagos com seu salário, e por não se prepararem para isto, muitas vezes se vêm no dilema: ou pagam o cartão (que na maioria das vezes é usado em compras desnecessárias) ou pagam suas contas fixas.
Há casais que têm uma renda que lhes permite possuir um cartão de crédito. Eles podem ter um. Mas, na verdade não devem ter. Muitos há que não sabem usá-lo, gastam além do orçamento doméstico, e ficam escravos de juros altíssimos, que cada vez aumentam mais e estrangulam a vida financeira e conjugal de um casal.
Um casamento pode terminar por causa do uso indevido de cartão de crédito por um cônjuge consumista, que não consegue voltar para a casa ou ir a um shopping sem comprar uma besteira qualquer. Portanto, avalie se você sabe usar seu cartão com parcimônia. Meu conselho é que você mantenha seu cartão em casa, fora da carteira, e pague tudo o que puder à vista. Quando uma oportunidade de comprar algo parcelado no cartão (se possível sem juros!) surgir, discuta-a com seu cônjuge e reveja a planilha financeira. Só então, se houver possibilidade e vantagem, tire o seu cartão da gaveta e use-o, ciente de que este parcelamento terá que ser assimilado nos orçamentos dos meses subsequentes, até o valor total ser concluído.
Feitas as contas entre as entradas e os gastos do mês, havendo um saldo, é interessante que o casal separe algum dinheiro e o coloque em uma conta poupança ou aplicação financeira que melhor convier, reservando recursos para viagens, compra de uma casa própria ou de um carro, ou para ser usado numa situação de emergência.
Você pode estar pensando que a renda da sua família não dá nem para pagar as contas básicas. E você pode estar certo. Mas eu desafio você e seu cônjuge a, ainda assim, juntos, montarem o orçamento e apresentá-lo a Deus em oração. Exponham a Deus as dificuldades, peçam-lhe aumento de salário ou que outras portas se abram. Entreguem então o dízimo na igreja em que freqüentam, economizem no que puderem (água, luz, telefone, etc.) e evitem gastar dinheiro com coisas que fujam ao que já foi listado na planilha. Se possível, façam ainda a anotação de todos os gastos diários para terem um melhor controle do dinheiro. Ao fim de poucos meses, com planejamento e oração, tenho certeza de que a vida financeira e conjugal de vocês há de melhorar!
Planeje-se. Acerte o passo com o seu cônjuge. Discutam, anotem, façam planilhas mensais, paguem o dízimo, economizem. E orem juntos, apresentando as decisões e as necessidades a Deus – e ele, que é o dono do ouro e da prata, certamente os abençoará.
Elaine Cruz
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