Judite Maria da Silva Alves

Professora e terapeuta familiar; casada com o Pr.Ailton José Alves (presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco); mãe de três filhos (casados), e avó de quatro netos. Apresenta diariamente, há mais de dez anos, o programa “A mulher e seus desafios” pela Rede Brasil de Comunicação. Lidera o trabalho de Círculo de Oração em todo o estado de Pernambuco e coordena as atividades sociais da IEADPE, que mantém oito Centros de Desenvolvimento Integral Vida em várias comunidades carentes na Região Metropolitana do Recife, onde são atendidas mais de 4 mil crianças.

Quando a Boca Cala, o Corpo Fala

Vivemos num mundo em que há momentos que parece que estamos a bordo de um grande avião: a viagem dura horas a fio, e estamos ansiosos para chegar ao destino. Observe se não ocorre isto: antes de acender o sinal para desatar os cintos, a maioria dos passageiros já está de pé, um passando pelas pernas do outro, sem pedir nenhuma desculpa, outro com a mochila nas costas atrapalha quem quer abrir o porta-equipagem para tirar suas bagagens; claro que todos esses têm um só propósito: correr para sair, pois estão com pressa de chegar.

Um dia eu quis fazer o teste da paciência; estava em uma aeronave, e antes mesmo que o sinal de desatar o cinto acendesse, eu e minha companheira de viagem nos assustamos com o companheiro que esteve todo o voo quieto ao nosso lado. Mas, quando sentiu a aeronave aterrissar, ele nos gritou: “Por que não se levantam? Não veem que chegamos e quase todos já estão de pé?!”. Eu respondi: “Senhor, o sinal de desabrocharmos o cinto ainda está vermelho”. “Mas eu tenho presa!”, gritou ele. Eu lhe respondi: “Permita-me dizer-lhe algo: a pressa é a inimiga da perfeição. Tenha certeza de que dará tudo certo!”. Ele disse: “Obrigada, senhora, é que meu ‘rivotril’ não está aqui… nessas horas ela é quem me acalma”. Então perguntei: “Como assim?”. Ele sorriu e disse: “Minha mulher”. “Que bom!” – contestei-lhe, e logo lhe perguntei se gostaria de aprender uma técnica que poderia substituir seu “rivotril”. Ele assentiu e logo pratiquei, com acuidade, a técnica do “acalme-se” com aquele senhor, e menos mal que ele aceitou e me agradeceu. 

Será que não é o dia a dia de todos nós? Em outra oportunidade, estávamos conversando com um amigo e ele disse: “Há momentos que penso que o mundo é um avião que não para, pelo fato de que por duas vezes eu gritei como que para o ar: Para, mundo, que quero descer!”. Isso nos faz rir, verdade? Mas é fato que essa seja a realidade de muitas pessoas. Quantas vezes, por desempenharmos diferentes papéis e termos inúmeros compromissos, vem essa fadiga, esse desejo de descer do avião! Há aqueles que gritam, que falam, que se expressam; mas há aqueles que preferem ocultar suas emoções, não pedem nem dão nenhum explicação aos eventos que muitas vezes desencadeiam maus entendimentos e problemas interpessoais, resultando em feridas, ressentimentos e enfermidades psicossomáticas. 

O patriarca Jó viu-se em tamanho apuro que chegou a dizer: “Se eu falar, a minha dor não cessa; calando-me, qual será o meu alívio?” (Jó 16.6).  Não restam dúvidas de que Jó aqui usou as palavras, mas a linguagem corporal muitas vezes expressa mais, ou é mais precisa, do que a verbal. Observemos Jó: ele não falou a princípio; ele se levantou, rasgou o seu manto, rapou sua cabeça, e lançou-se em terra. Então, adorou (Jó 1.20-22). Jó tanto sabia usar a linguagem corporal como a linguagem falada para explicar sua dor. Bem sabemos que a enfermidade de Jó foi Deus que permitiu, para provar ao inimigo que o servo Jó era fiel. Ele passou sete noites com seus amigos todos calados, sem esboçarem uma só palavra (no momento, não houve palavras, mas o gesto e a atitude falaram bem alto). 

O que Deus que nos ensinar no contexto com esse exemplo? No mundo onde estamos, há questionamentos, há desespero, há indignação, há desesperança, tudo isso é verdade. No entanto, há um clamor do Espírito: “Clama a mim e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes”. 

Quero deixar-lhe pelo menos cinco dicas para que sua boca se abra e o seu corpo não adoeça. Vamos lá?

1- Fale, no momento certo, a coisa certa e com a pessoa certa (Pv 25.11). Jamais deixe que o seu coração guarde ressentimento, raiz de amarguras e desilusões (Hb 12.15).
2- Nunca durma com o coração magoado com alguém: repare antes de terminar o dia (Ef 4.26-27). Fale com mansidão, diga onde lhe doeu, ou se lhe machucou (Pv 15.1).
3- Procure fazer sempre o bem e não o mal, até mesmo para quem lhe ofendeu (Mt 5.43-44).
4- Se depender de você, tenha paz com todos os homens; fazendo assim, você manterá os níveis saudáveis dos neurotransmissores, e assim você terá uma função cerebral excelente. Quando os neurotransmissores estão desordenados ou desequilibrados, a linguagem corporal é afetada, como por exemplo: você muda de humor com facilidade (grita, fica de orelha vermelha, começa a transpirar, etc.); logo, todo seu ser será afetado. Busque a Deus e Ele realizará (aplique 1Ts 5.23 à sua vida).
5- Procure fazer um check up emocional frequentemente, tire toda: ira, cólera, maledicência do coração e permita que a paz de Deus flua livremente. Os hormônios do prazer, do bem estar, transmitidos pelos neurotransmissores como a serotonina, a dopamina vão deixar seu corpo falar que tudo vai bem (Sl 103).

Meu abraço e que neste novo ano, como mulheres sábias, possamos abrir a boca com graça e sabedoria. Fazendo assim, seguramente nosso espírito, nossa alma e o nosso corpo serão preservados até o dia do Senhor.

 Judite Alves

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

A necessidade da comparação: o mal...

Escrito por Judite Alves
A necessidade da comparação: o mal dos nossos dias

Estamos vivendo uma era de grande confusão mental em todo mundo, pelo fato de que as redes...

Um exercício eficaz: a piedade

Escrito por Judite Alves
Um exercício eficaz: a piedade

Queridas, estive pensando nestes dias e avaliando como me saí no que diz respeito ao cuida...

Você ou Deus no controle?

Escrito por Judite Alves
Você ou Deus no controle?

Mais um ano termina. Passamos os doze meses do ano de 2023 confiantes nas promessas de Deu...

O Reparador Divino

Escrito por Judite Alves
O Reparador Divino

A palavra reparar, no dicionário, é um verbo ou uma ação que significa, refazer, recompor,...

O preço de ser verdadeiro

Escrito por Judite Alves
O preço de ser verdadeiro

Ser verdadeiro. Este é um grande desafio em mundo mergulhado em notícias falsas, relaciona...

O poder da influência 

Escrito por Judite Alves
O poder da influência 

O mundo está confuso, sem paradigmas e sem referenciais, sem firmeza e sem determinação. O...

Vitória no mundo pós moderno

Escrito por Judite Alves
Vitória no mundo pós moderno

“Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo". (João 16.33)...

 

 

SOBRE


Com o objetivo de ajudar as mulheres cristãs da atualidade, a CPAD prepara um presente especial para elas: o site de conteúdos Mulher Cristã. O novo espaço feminino vem repleto de conteúdos inéditos, sempre com temas voltados para as mulheres cristãs de nossos dias.

©2024 CPAD: Av Brasil 34.401 - Bangu - Rio de Janeiro - CEP: 21852-002 - Brasil - CNPJ 33.608.332/0001-02. Designed by CPAD.