Amada irmã, quando pensamos em alguém que realmente serve e agrada ao Senhor, logo vem a nossa mente uma pessoa perfeita, moral e espiritualmente, sem fraquezas, más intenções ou atos desaprováveis. Se analisássemos superficialmente Saul e Davi, reis de Israel, poderíamos questionar: Por que Saul foi rejeitado por Deus e Davi não, sendo que os dois igualmente pecaram enquanto estavam no trono? Existe tamanho ou importância do pecado diante do Senhor?
Através da Palavra de Deus sabemos que todo pecado desagrada e nos afasta do Senhor. Mas o que podemos observar ao estudarmos estes textos é que a grande diferença está em como reage cada pecador. Avaliemos primeiro o Rei Saul. Corajoso, alto com aparência notável de um rei. Obteve sucesso enquanto obedeceu ao Senhor, mas conheceu o fracasso quando se apoiou em suas próprias decisões e em seus crescentes orgulho, soberba e desobediência. Saul desobedeceu à ordem do Senhor quando, antes de uma importante batalha, ofereceu sacrifício a Deus (algo que só era permitido ser feito, pelo profeta Samuel, nesse período), demonstrando assim sua impaciência, arrogância e falta de confiança no Senhor. Quando inquirido por Samuel, não teve humildade de reconhecer seu erro, mas apresentou desculpas para justificar sua falta, culpando o próprio profeta que se atrasou, ao povo que se dispersava e ao exército inimigo que já se preparava para atacá-los. Assim como Saul, muitas vezes tentamos justificar e encobrir nossos erros e pecados, colocando em pessoas ou em circunstâncias a culpa de nossa fraqueza, não tendo a humildade de reconhecer em nós mesmas as faltas. Por mais que busquemos desculpas, Deus conhece nossos verdadeiros motivos e a intenção de nosso coração.
Davi, jovem pastor de ovelhas, já mostrava sua dedicação e responsabilidade trabalhando no campo, cuidando do rebanho de seu pai, arriscava a própria vida para defender e proteger suas ovelhas, cumprindo seu dever de modo zeloso e corajoso. Ainda muito jovem e em segredo foi escolhido rei de Israel em substituição ao rei Saul, mas só tomou posse do reinado vários anos depois, enquanto isso foi respeitoso e honrou a quem reinava. Embora Davi não tivesse o porte real de seu antecessor, o Senhor o escolheu, pois via nele mais que aparência física, via em seu coração humildade, fé e caráter, ele era submisso à vontade de Deus.
Irmã querida, quando lemos e meditamos em Salmos podemos sentir o quanto o coração de Davi transbordava ao reconhecer e declarar: “Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites? Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste... Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre toda a terra!” Sl.8. Ele reconhecia suas limitações e rendia a Deus a glória e a honra por todas as suas vitórias: “Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu vou a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado. Hoje mesmo o Senhor te entregará na minha mão; e ferir-te-ei, e te tirarei a cabeça, e os corpos do arraial dos filisteus darei hoje mesmo às aves dos céus e às bestas da terra; e toda a terra saberá que há Deus em Israel. E saberá toda esta congregação que o Senhor salva, não com espada, nem com lança; porque do Senhor é a guerra, e Ele vos entregará em nossas mãos.” 1Sm 17.45-47. Seu grande anseio era: “Dirige os meus passos nos teus caminhos, para que as minhas pegadas não vacilem”. Sl 17.5 E, por fim, tinha absoluta dependência em Deus: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias...” Sl 51.
Apesar de seus pecados e falhas, tinha seu coração inteiramente voltado para Deus, reconhecia e confessava seus erros e se arrependia de coração, buscando do Senhor o perdão. Sua fé na fidelidade e misericórdia de Deus eram inabaláveis.
Podemos notar que o amor de Deus é oferecido igualmente a todos, mas a diferença está em como o pecador se coloca diante de Deus e aceita este amor. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Jo 3.16.
Que mudanças podem ser necessárias para sermos obedientes ao Senhor? Podemos nos esforçar para agradá-lo mais? Quando observamos a natureza, contemplamos tudo o que Deus criou, desde o mais belo para alegrar a nossa alma, o mais consistente para alegrar o nosso físico até o mais necessário para alegrar o nosso espírito. Tudo o Senhor criou em perfeita harmonia e sincronia e podemos perceber como tudo se encaixa, funciona e é mantido. Vemos o quanto nosso Deus é bom e poderoso.
Minha querida, se, honestamente, reconhecermos nossas limitações, fraquezas, imperfeições e necessidades, abriremos o caminho para nossa dependência à grandeza de nosso Pai Celestial.
Se desejamos ter uma vida íntegra diante de Deus, pensemos em estabelecer um padrão no qual deixamos de lado o que desagrada a Ele. Assim, reconhecemos quais atitudes e comportamentos que costumávamos ter e não são condizentes a uma serva do Senhor; arrependemo-nos e direcionamos nossa vida para Deus; afastamo-nos de maus pensamentos, difamação, orgulho, carnalidade. Além disso, esforçamo-nos para fazer Sua vontade, buscando conhecer mais e melhor a sua Palavra, orando mais, falando de Cristo, servindo em Sua casa, amando ao próximo e, principalmente, a Ele sobre todas as coisas.
Minha amada irmã, com a ajuda de Deus, com o amor e a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo e com o discernimento do Espírito Santo a orientando, você alcançará êxito e o nome do Senhor será glorificado em sua vida.
Lídia Dantas Costa
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