Recentemente, um tema curioso ganhou repercussão na internet: o cuidado minucioso que algumas mulheres dedicam a bonecas ultrarrealistas, criadas por artesãs especializadas. Essas bonecas, que imitam bebês com riqueza de detalhes, inicialmente eram voltadas ao público infantil, mas têm conquistado também mulheres adultas que passaram a colecioná-las.
O que chamou atenção, no entanto, foi um grupo dentro desse nicho que começou a tratar as bonecas como se fossem bebês reais — levando-as para passeios em shoppings, encontros em praças e até criando uma rotina semelhante à de mães com filhos pequenos. Isso gerou um debate intenso nas redes sociais, especialmente entre mães reais, quando essas mulheres passaram a se autodenominar “mães”.
É evidente que, por mais carinho e dedicação que exista, cuidar de uma boneca não se compara aos desafios e desgastes reais da maternidade. Ser mãe vai muito além de gestos externos; é viver, na prática, a renúncia, o sacrifício, a entrega total.
Mesmo sendo um hobby caríssimo — essas bonecas podem custar fortunas —, nada se compara ao custo de criar um filho de verdade. De acordo com estimativas, criar uma criança dos 0 aos 18 anos pode custar entre R$ 500 mil e R$ 1,5 milhão, considerando necessidades básicas como alimentação, vestuário, educação, saúde, moradia, transporte e lazer.
Criar um filho com responsabilidade, cuidado e proteção custa muito caro. Mas o preço do enxoval, do leite, das fraldas, dos remédios e do plano de saúde ainda é o menor custo da maternidade. A maternidade é caríssima — e não apenas financeiramente.
Ela custa tanto que nós, mães, precisamos parcelar esse preço todos os dias. Não pagamos com dinheiro, Pix ou cartão de crédito. Pagamos com suor, lágrimas e orações.
A maternidade exige sacrifícios em todas as áreas da vida: nos relacionamentos, na carreira, nos projetos pessoais e ministeriais, nas amizades, nas viagens, nos sonhos... até mesmo na nossa saúde física e emocional. A maternidade mexe com todo o corpo da mulher e com toda a rotina de autocuidado.
Sempre que me pergunto “quanto custa criar um filho?”, lembro da parábola que Jesus contou sobre o homem que encontrou um tesouro escondido num campo. Ele ficou tão encantado com o tesouro, que vendeu tudo o que tinha para comprar aquele campo (Mt 13.44-46). Sabemos que Jesus usou essa parábola para ilustrar o valor do Reino de Deus. Mas permita-me aplicar essa imagem à maternidade.
Ter um filho é encontrar um tesouro inestimável. Um tesouro pelo qual vale a pena cada sacrifício. Por isso, sacrificamos tudo o que temos para garantir cuidado, proteção, segurança, saúde e, principalmente, o futuro dos nossos filhos.
A maternidade custa caro. Pode custar tudo o que temos e tudo o que somos. Mas nós, mães cristãs, pagamos esse preço com alegria — porque já descobrimos o tesouro escondido.