Todos estamos acompanhando, estupefatos e tristes, a tomada do poder do regime extremista político-religioso, denominado Talibã, no Afeganistão. A cada nova notícia nos meios de comunicação ocidentais, bem como a cada declaração do governo afegão, somos surpreendidos com medidas que violam muitos dos direitos humanos, especialmente quanto aos que discutem a liberdade individual.
Vários meios de comunicação internacionais apontam para o fato de que, como já aconteceu em outras regiões, os talibãs assediam e ameaçam regularmente as mulheres nas regiões que controlam. Em várias cidades, as mulheres estão sendo impedidas de comparecer às universidades ou em seus locais de trabalho.
Há documentos, segundo o jornal The Sun, que afirmam que o Talibã estaria enxergando as mulheres do Afeganistão como “qhanimat”, ou seja, espólios de guerra que devem ser divididos entre seus combatentes após a conquista do país, sendo transformadas, portanto, em escravas sexuais. E dados de organizações especializadas em missões internacionais ou em direitos humanos, ainda declaram que as famílias estão tendo que declarar a existência de jovens acima de doze anos em casa, inclusive viúvas, para serem dadas como esposas aos soldados do Talibã.
Fico imaginando o terror de uma mãe ao ter sua filha de doze ou quinze anos sendo retirada dos seus braços para ser escrava sexual. Alguns relatos afirmam que há pais, inclusive, que estão deixando suas filhas armadas para que, caso elas sejam dominadas, possam decidir tirar suas próprias vidas!
É claro que há uma grande discussão sobre as perdas sociais das mulheres no Afeganistão, bem como o encolhimento dos discursos feministas pelo mundo. E é pesaroso perceber que muitas entidades que sempre defenderam o direito das mulheres, muitas vezes de forma acirrada e desmedida (como já aconteceu tantas vezes no Brasil), estão se calando quanto ao que está acontecendo no Afeganistão.
A Igreja em todo mundo tem orado pelos irmãos na fé que correm risco de vida em países que perseguem evangélicos. No Brasil são muitas as denominações que estão orando e ajudando os afegãos. E como mulheres e mães, precisamos nos colocar no lugar das mulheres que estão sob iminente destruição e morte, orando e clamando pela misericórdia de Deus para as que sofrem perseguição por amor ao Evangelho!
Converse com suas filhas, netas e noras sobre este tema. Mostre o quanto ainda somos privilegiadas por podermos nos reunir como igreja e cultuar a Deus livremente. E ressalte o fato de que podemos escolher com quem nos casamos – o que é uma grande responsabilidade e, portanto, deve ser feito com sabedoria e bom senso.
Infelizmente, muitas são as notícias de filhas de evangélicos, de meninas que foram educadas na Igreja, mas que se envolvem com homens errados, se tornando, por escolha própria, verdadeiras escravas sexuais de traficantes e bandidos. Muitas são chantageadas, temem por suas vidas e por suas famílias, e acabam definhando emocional e fisicamente nas mãos de homens maus e violentos. É uma realidade triste, onde muitas vezes a libertação só acontece depois de alguns anos, e que demanda muito amor, oração e perseverança dos pais e da igreja, que sempre precisam estar de braços abertos para receber estas filhas pródigas!
Muitas vezes só percebemos as vantagens, direitos e privilégios que temos quando perdemos ou conhecemos outras realidades. E eu espero que a triste realidade do que estamos acompanhado no Afeganistão faça com que nossas jovens repensem o privilégio de poderem viver em lares amorosos, de poderem escolher como futuros maridos homens que sirvam ao Senhor e que as tratem com honra e respeito – que é o que a Bíblia determina.
Elaine Cruz
*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).