A palavra “lar” tem origem no latim laris, que se refere à lareira, o lugar central das casas antigas, onde se acendia o fogo para cozinhar e aquecer. Era símbolo de calor, aconchego e vida familiar. Na perspectiva bíblica, o lar é muito mais que um espaço físico — é um ambiente espiritual moldado por valores eternos, e a mulher exerce um papel essencial na edificação desse ambiente.
Nesse artigo, veremos que Deus confiou à mulher a vocação de fazer do lar um lugar de refúgio, um pedacinho do céu. Desse modo, o lar cristão precisa ser um local de acolhimento, de proteção, e de adoração, tornando-o um reflexo da presença do Senhor na família.
O lar como lugar de acolhimento
Como já afirmado, na cultura antiga, a lareira era o centro da casa. Nela se preparava o alimento, e ao redor dela se reunia a família. No plano de Deus, o lar cristão é esse lugar de acolhimento. A mulher temente ao Senhor tem o dom de criar esse ambiente de cuidado, amor e sensibilidade: “melhor é um prato de hortaliça, onde há amor, do que o boi cevado, e com ele o ódio” (Pv 15.17).
A mulher sábia compreende que o valor do lar não está em sua infraestrutura, na área construída, no número de dependências, na qualidade dos móveis ou na aparência estética. A riqueza de um lar cristão está no calor das palavras, no perfume da oração e no cuidado mútuo. E, a mulher foi chamada para acolher, curar e interceder, fazendo do seu lar um abrigo para os que nele habitam.
O lar como lugar de proteção
A lareira trazia calor e afastava os perigos do frio e dos animais selvagens. De modo espiritual, o lar é também um reduto de segurança contra o caos moral e espiritual do mundo. A mulher cristã, guiada pela Palavra, protege sua casa com oração, vigilância e sabedoria: “o coração do marido confia nela, e não haverá falta de ganho” (Pv 31.11).
Ela não permite que o inimigo roube a paz do lar, protege seus filhos com instrução bíblica e orienta suas palavras e atitudes com o temor do Senhor. O lar passa a ser então um local de refúgio contra o erro e o pecado. Comportamentos reprováveis não são tolerados, mas corrigidos. Dessa forma, o lar se torna um lugar de segurança e princípios, um autêntico castelo de fé e consagração.
O lar como lugar de adoração
Na Bíblia, o fogo no altar deveria permanecer aceso continuamente. Esse fogo também simboliza a presença de Deus no lar. A mulher piedosa cultiva esse altar por meio da oração, leitura da Palavra e comunhão com o Espírito Santo. Seu lar não é apenas um abrigo físico, mas um lugar de consagração e comunhão: “mas eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15b).
Assim, a mulher cristã entende que seu lar é um campo de discipulado, onde cada refeição pode ser uma ceia de gratidão, cada abraço um ato de adoração, e cada palavra um eco do amor de Cristo. Ela mantém a constância do culto doméstico, se esmera em conservar aceso o fogo da fé, transformando seu lar em um espaço de presença contínua do Espírito.
Enfim, o lar é muito mais do que um endereço — é como um ministério confiado por Deus à mulher. Nosso lar deve ser como a antiga lareira: um lugar de calor, luz e adoração. Desejo que cada mulher seja sábia ao edificar, interceder e transforma seu lar em um lugar de refúgio. Que a lareira do lar seja alimentada com a lenha santa da Palavra de Deus, da oração e do amor.
Queridas, Deus vos abençoe, até mais!
Dirlei Baptista
*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).