A Bíblia revela que o ser humano foi criado à imagem de Deus: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). No relato da criação, a distinção entre homem e mulher é ressaltada, não como um indicador de superioridade ou inferioridade, mas como a expressão da complementaridade.
Este artigo abordará, em três aspectos, a criação do homem e da mulher, a natureza da imagem de Deus, e a complementaridade dos papéis segundo as Escrituras.
A Criação do Homem e da Mulher
Gênesis descreve que o homem foi criado primeiro. Em seguida, o Senhor Deus formou a mulher a partir da costela do homem, enfatizando sua origem comum. Adão reconheceu essa ligação ao declarar: "Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne" (Gn 2.23). Essa origem compartilhada sublinha que, embora distintos em criação, homem e mulher são igualmente humanos, igualmente dignos e igualmente parte da coroa da criação de Deus. Nesse aspecto, a mulher não é um ser de categoria inferior, mas feita da mesma substância do homem, ela completou a criação, segundo o propósito divino.
A Imagem de Deus em Homens e Mulheres
A afirmação bíblica de que Deus criou o homem e a mulher à sua imagem; elimina qualquer possibilidade de discriminação ou preconceito entre os sexos. Homens e mulheres compartilham igualmente da natureza racional e moral que reflete o Criador. A igualdade em dignidade inclui pessoalidade, honra e respeito. Paulo leciona esta igualdade ao afirmar que "no Senhor, nem o homem é independente da mulher, nem a mulher independente do homem" (1Co 11.11-12). Portanto, nenhuma cultura, tradição ou religião tem autoridade para desvalorizar a mulher ou exaltar o homem em detrimento da criação divina.
Complementaridade dos papéis
Apesar da igualdade, a Bíblia apresenta distinções nos papéis de homens e mulheres, especialmente no contexto familiar e eclesiástico. Essas diferenças não devem ser vistas como hierárquicas, mas como complementares. Deus incumbiu ambos de multiplicarem-se, encherem a terra e a dominarem, atribuindo-lhes tarefas que, embora diversas, são mutuamente enriquecedoras. No casamento, Paulo orienta o marido amar a esposa, e a esposa respeitar o marido. Essa relação é baseada em amor e respeito mútuo, não em dominação ou opressão. Nesse sentido, a cultura cristã contrasta com sistemas opressores ao valorizar e honrar tanto o homem quanto a mulher em seus respectivos chamados.
Assim sendo, a narrativa bíblica da criação fundamenta uma visão elevada da identidade humana. A diferença de papéis visa complementaridade e não a desvalorização de um em relação ao outro. Em Cristo, essas verdades são reafirmadas, corrigindo distorções culturais e chamando homens e mulheres a viverem plenamente como filhos e filhas de Deus. Dessa forma, somos convidadas a reconhecer que somos a obra-prima do Criador. Por isso, devemos refletir Seu amor, sabedoria e propósito em todas as esferas da nossa vida.
Queridas, Deus vos abençoe, até mais!
Dirlei Baptista
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