Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

A preciosidade da Fala

Deus dotou a humanidade com o dom da comunicação. Temos uma intrínseca necessidade de comunicar nossas vontades, dores, desejos, atos, planos e sentimentos. E fazemos isto desde que nascemos, utilizando choro, gestos, desenhos, brincadeiras, expressões faciais, posturas corporais, comportamentos e nossa voz. 

Dentre todos os meios de comunicação, a fala é um instrumento maravilhoso. Ela revela, total ou parcialmente, o nosso mundo interno, o que pensamos ou imaginamos, de forma consciente e controlada. 

Inicialmente, ainda bebês, apreendemos o significado das palavras, e vamos pouco a pouco verbalizando palavras soltas para expressar necessidades ou desejos. Com o passar dos meses, aprendemos a utilizar frases com o intuito de expressar nossas vontades, negociar ordens ou até mesmo chantagear os outros com quem convivemos. 

Falamos muito ao longo da vida - e há sempre os que falam mais do que outros. Falamos para expressar o que queremos, para expor nossos conceitos e valores, para comunicar uma decisão, para ensinar outros, para expressar afetos positivos ou negativos, para negociar possibilidades de ação, para demonstrar sentimentos. 

Falamos para construir uma metodologia para nossas ações, e até mesmo enquanto estamos desenvolvendo uma atividade. Uma fala bem elaborada ensina, instrui, acalma, conforta, tange nossos ímpetos e conserta nossos planos errôneos. Uma fala doce emociona e aquece um coração frio. Uma fala sábia nos livra dos pesares e da morte. 

Falamos com os lábios, mas também com o corpo. Nossos olhos contam sobre nosso mundo interior. A velocidade do nosso andar reflete pesar ou alegria. Nossas posturas corporais apontam para nossa rigidez, nossa irritabilidade, mas também para o contentamento que nos faz sorrir e até dançar. 

Contudo, a fala também nos permite conversar, o que envolve propósitos predefinidos e intencionais. Conversamos amenidades com pessoas que não conhecemos, como acontece ao encontrarmos com elas alguns minutos em elevadores ou na ante-sala de consultórios médicos. Conversamos assuntos pertinentes com pessoas específicas, como médicos, chefes e professores. Conversamos assuntos sérios com nossos filhos, estruturando a sequência da fala antecipadamente, até que possamos elencar todos os aspectos importantes da questão a ser abordada. Como terapeuta sempre sugiro que os pais anotem os itens que precisam ser ditos, de forma que a conversa seja direcionada e produza o efeito desejado. Afinal, pais ensinam e direcionam a conduta dos filhos, e precisam fazer isto através de exemplos e de conversas inteligentes e bem estruturadas. Quando a conversa é mal orientada, gera discussão, gritaria, ira e pouca utilidade no comportamento futuro dos filhos. 

Casais precisam falar para expressar sentimentos e pensamentos, mas necessitam aprender a conversar sobre finanças, educação dos filhos, tarefas domésticas, vida profissional, medos, planos futuros, descontentamentos e afetos. Mesmo com o passar dos anos, precisam manter a fala afetuosa, usando todo o corpo para falar dos sentimentos amorosos expressos em abraços e beijos, no sexo, e na prática cotidiana de dizer em voz alta o “amo você”. 

Ainda usando a fala, além da conversa, existe o diálogo. Dialogar é conversar com um propósito mais definido, geralmente envolvendo troca de ideias, opiniões e argumentos. Envolve escuta ativa e busca por compreensão mútua, e tem como objetivo chegar a um consenso, resolver um conflito ou encontrar soluções.

Em uma relação afetiva de qualidade o diálogo vai precisar estar respaldado pelo respeito às opiniões do outro, bem como para a abertura em considerar diferentes pontos de vista, buscando construir entendimento e consenso.

Pais e filhos precisam dialogar. Casais felizes só sobrevivem quando conversam sobre tudo e dialogam para conjugarem propósitos e sonhos em comum. 

Na vida espiritual, na nossa caminhada de fé, quando oramos, falamos e conversamos com Deus, que dialoga conosco através da Leitura bíblica, das pregações e mensagens, e através do Espírito que habita em nós. “Por isso, exortem-se e edifiquem-se uns aos outros, como de fato vocês estão fazendo… advirtam os ociosos, confortem os desanimados, auxiliem os fracos, sejam pacientes para com todos. Orem continuamente. Não apaguem o Espírito.”‭‭(1Tessalonicenses‬ ‭5‬.11,14,17,19‬).

Que nossas palavras sejam sábias e doces. Que nossas conversas produzam resultados favoráveis. Que nossos diálogos nos aproximem das pessoas e de Deus!

elaine

Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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