Homens e mulheres se complementam, criados por Deus para uma unidade perfeita.
Deus criou homens e mulheres com características físicas e emocionais diferenciadas.
O homem é mais forte fisicamente, enquanto a mulher é mais frágil, pois o fato de gerar filhos exige que sua região abdominal, importante para a força física, seja menos rígida, já que os órgãos internos precisam se deslocar quando engravida. Em compensação, a força emocional da mulher é maior, e ela suporta mais dores e lida melhor com as pressões cotidianas.
Enquanto o homem é mais objetivo, a mulher costuma ser mais subjetiva. Os homens falam menos, e as mulheres gostam mais de falar, inclusive ao mesmo tempo quando a conversa está animada, e elas se ouvem e se entendem muito bem enquanto falam juntas!
Quando Eva peca, uma das sentenças divinas para ela, que nos atinge até hoje, é "Seu desejo será para o seu marido, e ele a dominará” (Gênesis 3.16). Nos séculos antes de Jesus, e até mesmo durante o tempo que o Novo Testamento foi escrito, sabemos que mulheres não herdavam bens (eram dos maridos e filhos), e que não eram contadas, como se fossem de categoria inferior.
Dentro desta perspectiva, é lindo saber que Jesus pagou o mesmo preço por homens e mulheres na cruz, e que mulheres são co-herdeiras da Graça: maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida, de forma que não sejam interrompidas as suas orações. (1 Pedro 3.7). Jesus emancipa a mulher, conversa com mulheres e faz com que, a partir da sua morte, elas possam ter acesso ao “Santo dos Santos”!
No plano social e político, especialmente nos dois últimos séculos, as mulheres ganharam voz, oportunidade de estudar, trabalhar e votar. Mas, infelizmente, ainda hoje, na nossa sociedade machista e violenta, muitos homens assumem a postura de donos de suas mulheres, e todos os dias muitas mulheres são espancadas, estranguladas, e agredidas brutalmente até o momento em que perdem a vida – no Brasil a estatística oficial é de 13 mulheres assassinadas diariamente, sendo que a OMS aponta o fato de que em 35% dos casos, o assassinato é praticado dentro da própria casa, pelos companheiros, sejam namorados ou maridos.
Desde 2015, a palavra feminicídio vem sendo utilizada para designar o homicídio de mulheres como crime hediondo, quando envolve menosprezo ou discriminação à condição de mulher, e violência doméstica e familiar. E por mais que a lei defina penas de reclusão, o que temos assistido é uma escalada nos números, com cenas cada vez mais chocantes de homens que mantém suas companheiras em cativeiro, que matam namoradas que decidem terminar namoros, e que lidam com suas esposas como se estas fossem propriedades deles, num sentimento de posse exacerbado.
Cabe-nos perguntar que tipo de homens nós, mulheres, estamos educando? Como nossos meninos tratam suas mães, irmãs e suas primas? E como estamos criando nossas filhas? Estão sendo educadas para escolher homens egoístas, machistas, valentões, briguentos, que escravizam suas esposas, diminuindo a força emocional das mesmas?
Na sociedade doente que vivemos, é importante voltarmos à Bíblia, que ensina a importância das boas escolhas para relacionamentos, e admoesta os homens a tratarem suas esposas como tratam seus próprios corpos, não lhes causando dolo: Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, e apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável. Da mesma forma, os maridos devem amar as suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a igreja, pois somos membros do seu corpo. (Efésios 5.25-30); Maridos, amem suas mulheres e não as tratem com amargura. (Colossenses 3.19).
Ao longo de mais de trinta anos de profissão, foram inúmeras as situações de feminicídio com que já tive de lidar em consultórios, delegacias e tribunais de justiça. O mais triste, é que em muitas destas situações, o agressor se dizia "obreiro", frequentador de igrejas evangélicas e de púlpitos! Na verdade, independente do título obtido, estavam muito longe da conversão e do céu, por mais que apresentassem um discurso cheio de expressões bíblicas – é sempre bom lembrar que satanás também conhece bem a Bíblia, e a recitou com precisão quando tentou a Jesus no deserto e, como muitos, não a vive e a aplica como deveriam!
A violência contra a mulher precisa ser exposta, de forma segura em direta com a família, em gabinetes pastorais, e até mesmo em órgãos de defesa e delegacias. Esposas precisam aprender a ser moderadas e sábias, e maridos precisam aprender o modelo bíblico de respeito, honra e amor expresso em atos para com suas esposas.
Nossa sociedade e nossos relacionamentos precisam mais de Deus. Quanto mais nos afastamos dele, mais nos tornamos bárbaros, irracionais, sub-humanos e insensíveis!
Elaine Cruz
*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).