Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

O último dia do ano?!

Muitos dizem que o ano de 2020 não deveria ser contado, ou nem mesmo ter começado. Outros afirmam que será um ano inesquecível, pois a pandemia certamente marcou a todos. E ainda há aqueles que dizem que nem vão somar este ano ao seu aniversário porque quase não viveram este ano… mas não podemos, mesmo se tentássemos, anular, retardar, acelerar ou parar o tempo. 

O ser humano não sabe viver desvinculado do tempo. Vamos somando nossos dias de vida, dividindo nossas tarefas para cumprirmos nossas agendas diárias, e marcamos festas, viagens e compromissos em calendários que marcam dias, anos e datas especiais. Todos os nossos dias têm o mesmo número de horas, embora alguns parecem mais longos e difíceis do que outros. O tempo que já está no passado define nosso tempo presente. E nossas ações hoje vão direcionar nosso tempo futuro.

Há o tempo da infância, o tempo da adolescência e juventude, o tempo da velhice. Há ainda o tempo que foi bom, o tempo que gostamos de lembrar, e tempos que preferimos esquecer. Tempos de começar, tempos de términos e tempos de recomeçar. E sabemos que tudo tem um tempo determinado por Deus: Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar, tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, tempo de abraçar e tempo de se conter, tempo de procurar e tempo de desistir, tempo de guardar e tempo de lançar fora, tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de falar, tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz. (Eclesiastes 3.1-8).

Nossas vivências se estendem do tempo passado ao presente, em que plantamos/arrancamos o que se plantou, derrubamos, construímos, choramos, rimos, falamos, odiamos, amamos. Nossos projetos e planos pretendem alcançar o tempo futuro, quando idealizamos e trabalhamos para novas construções e experiências.

Desde cedo percebemos que não temos todo o tempo que precisamos. Nossos planos são muitos, mas nosso tempo é curto. Nossos projetos e expectativas são enormes, mas nosso tempo de vida passa muito rápido. A vida passa depressa, e voamos, sem conseguirmos segurar o tempo bom de ser vivido, ou evitar os tempos difíceis. 

Assim sendo, aproveite o melhor do seu tempo e considere suas aprendizagens ao longo da vida, desenvolvendo a habilidade de apreender o melhor do que vivencia, gerando memórias afetivas positivas, que valorizem o tempo vivido.

Tempos difíceis nos ensinam sobre nossas expectativas e o caráter das pessoas. Em tempos solitários passamos a nos conhecer melhor, e podemos melhorar que somos. Em tempos partilhados podemos priorizar a companhia das pessoas que amamos, sorrir mais e gargalhar com vontade. Em tempos com nossa família devemos investir em afetos, abraços, beijos e palavras amorosas e elogiosas. Em nosso tempo com Deus, devemos dizer a Ele o quanto o amamos e somos dependentes dele.

É o somatório do que vivemos que nos prepara para novos desafios. Cada situação vivida nos ensina, e aprendemos com erros e acertos nossos e de outros. Se formos sábios, amadurecemos nossa personalidade, e podemos moderar nossas ansiedades e reformular nossas expectativas. 

Nossas escolhas antigas não nos alcançam para a salvação, uma vez que decidimos viver em Cristo. Mas somos alcançados por muitas das consequências dos nossos erros, ou das decisões de outras pessoas com quem convivemos.  As vivências dos anos anteriores nos marcam em anos futuros.

Assim sendo, ao se despedir deste ano, reconsidere a sua semeadura. O que você plantou em sua vida profissional? O quanto deixou de se esforçar por uma promoção? Por que não se esmerou no novo curso de pós graduação?

Avalie sua vida familiar. Sua dedicação foi o bastante? Seu comprometimento com as pessoas que dependem de você foi o melhor? E em sua vida ministerial, você realmente usou o melhor dos seus talentos para Deus?

No ano que se inicia nossa memória não será apagada, nossas lembranças continuarão nossas, e colheremos as consequências, boas e ruins, da semeadura realizada nos anos anteriores. Podemos nos reorganizar para semear com mais afeto e competência, no âmbito familiar, profissional e ministerial. Sempre poderemos fazer mais, fazer melhor.

O último dia do ano nos vincula ao primeiro dia no ano seguinte. Um ano se finda, mas o dia seguinte já nos emenda no ano seguinte. A virada do ano é um marco, mas na realidade é só mais um dia na sequência de tantos outros que viveremos. Portanto, cabe a você decidir, todos os dias, oferecer o seu melhor para você, para os outros e para Deus. Faça sempre a melhor escolha, busque sempre a direção de Deus para seus dilemas, e empenhe-se diariamente para estar no centro da vontade de Deus.

elaine

 Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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