Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

Furacões

Os aparelhos de celular hoje contêm aplicativos que nos informam sobre as condições climáticas em diferentes partes do planeta. Cientistas mapeiam as correntes de vento, as marés e o movimento do planeta, e com isso podemos ter análises bem aproximadas do clima em trinta ou sessenta dias, em diferentes cidades, o que facilita muito programar viagens ou eventos futuros.

Na nossa vida podemos enfrentar ventos: situações esperadas que surgem nos espaços de trabalho, na família e na vida, que nos fazem lembrar de acertarmos detalhes importantes, como organizar nossa rotina, cuidar melhor da alimentação, dar mais atenção aos filhos e ao cônjuge, ou se organizar para não atrasar em compromissos importantes, especialmente com Deus. Afinal, na vida, ventos fracos e esperados podem ser resolvidos com procedimentos simples, mas que não devem ser postergados.

Ocasionalmente podemos passar por tempestades – tal como aconteceu com Jesus e os discípulos no mar da Galileia. De forma comparativa, nós também encaramos situações complexas, em que as circunstâncias deixam de ser simples, e exigem mais maturidade, fé e prática: é o risco de uma cirurgia que se aproxima, uma notícia sobre um familiar que nos enche de pesar, uma crise conjugal em que o diálogo se torna complexo. O bom é saber que mesmo nas tempestades, quando Jesus está no barco, ele silencia os ventos. Como já cantamos tantas vezes: Com Cristo no barco tudo vai muito bem, vai muito bem, vai muito bem; Com Cristo no barco tudo vai muito bem, e passa o temporal!

Contudo, há momentos mais complexos, quando o luto bate à porta, a falência ou o desemprego assola, o divórcio e a traição ferem, ou o diagnóstico da saúde é pior dos que imaginamos. Nada se mantém no lugar, e nossa casa emocional pode ficar destelhada ou até mesmo vir ao chão – encaramos um furacão.

Furacão é um fenômeno da natureza que envolve uma ventania devastadora, pois é um tipo de ciclone caracterizado pela ocorrência de movimentos giratórios de ar. A formação de um furacão acontece em zonas oceânicas onde há elevada temperatura da água e forte alteração dos ventos, gerando grandes tempestades. Pode ser chamado de ciclone tropical, onde vórtices de ventos contínuos se formam sobre águas quentes do oceano. O resultado em terra firme vai depender da força dos ventos, que pode chegar a 300 km/h. Alguns furacões provocam tsunamis e alagamentos, além de destruir cidades inteiras e deixar centenas de feridos e/ou mortos.

Alguns países sofrem com furacões, tanto no Hemisfério Sul (onde os furacões giram no sentido horário) quanto no Hemisfério Norte (onde giram no sentido anti-horário). E eu acabo acompanhando as notícias dos mesmos, pois tenho meu pai, minha filha, irmãos e sobrinhos morando nos Estados Unidos, além dos membros queridos das nossas igrejas localizadas em Portugal e na Alemanha.

Algumas vezes eu já assisti furacões destelharem inúmeras casas, derrubando árvores e casas, fazendo estragos consideráveis. Quando o Sandy passou pelos EUA, fazendo um grande estrago na costa leste dos Estados Unidos, eu e meu marido viajamos 16 horas debaixo de fortes chuvas e ventos para escapas da chamada aba do furacão: momentos assustadores que jamais esqueceremos.

Todos vamos encarar furacões. Doenças, perdas, fracassos, traições, decepções, calúnias, desemprego, morte e dor fazem parte da vida. Mas mesmo sem compreender a quantidade de chuva, ou a força do vento, voltamos nossos olhos para os céus, e ficamos escondidos à sombra das asas do Todo Poderoso, descansando no esconderijo do Altíssimo! Assim sendo, mesmo que você esteja no olho do furacão, cante louvores mais alto do que o barulho do vento. Saiba que Deus te vê, enxerga sua dor, entende seu desespero e conhece a dor e a força necessária para recomeçar.

O vento vai passar. Você vai juntar o que conseguir salvar, ciente de que Deus é maior do que qualquer catástrofe que possa nos alcançar.

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Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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