A Bíblia nos conta uma parábola muito interessante sobre dois filhos: Havia um homem que tinha dois filhos. Chegando ao primeiro, disse: ‘Filho, vá trabalhar hoje na vinha’. "E este respondeu: ‘Não quero! ’ Mas depois mudou de ideia e foi. "O pai chegou ao outro filho e disse a mesma coisa. Ele respondeu: ‘Sim, senhor! ’ Mas não foi. "Qual dos dois fez a vontade do pai?" "O primeiro", responderam eles. (Mateus 21.28-31).
Jesus conta esta parábola quando estava no templo, na viagem final que fez a Jerusalém antes da sua morte, e depois da sua entrada triunfal na cidade. Questionado quanto à sua autoridade para ensinar pelos chefes dos sacerdotes e os líderes religiosos do povo, Jesus ressalta a verdadeira obediência. Ele provoca ainda mais a indignação dos seus perseguidores quando, por meio da parábola, Jesus compara o primeiro filho aos grandes pecadores da sociedade (os publicanos e as prostitutas) que se arrependeram através da mensagem divina – e depois ressalta que o segundo filho apontava aos grandes líderes religiosos da época, que aparentavam piedade, mas não creram na Pregação do Evangelho e nem se arrependeram dos seus pecados.
Não foi fácil para os sacerdotes e mestres da lei ouvirem a explicação da parábola pelo próprio Jesus. Jesus lhes disse:"Digo-lhes a verdade: Os publicanos e as prostitutas estão entrando antes de vocês no Reino de Deus. Porque João veio para lhes mostrar o caminho da justiça, e vocês não creram nele, mas os publicanos e as prostitutas creram. E, mesmo depois de verem isso, vocês não se arrependeram nem creram nele”. (Mateus 21.31,32). As palavras foram verdadeiras e duras, mas me pergunto o quanto ainda podemos aplicar esta parábola para a realidade dos dias atuais!
Hoje temos pessoas descrentes que fogem de pregações, que não desejam ir aos templos evangélicos, que abraçam práticas pecaminosas, e que defendem atos abomináveis, como práticas sexuais ilícitas ou o aborto. Contudo, quando se permitem abrir o coração para a pregação do Evangelho, são transformadas, quebrantando a alma sedenta, aproximando-se de Deus, obedecendo-o e servindo-o com integridade.
Por outro lado, é lamentável como temos assistido muitos crentes e obreiros que pregam um evangelho utilizando textos bíblicos decorados desde a infância, mas que não vivem mais o que ensinam. São pessoas que levantam as mãos nos cultos, que utilizam palavras tocantes em orações públicas, que levam o povo às lágrimas quando cantam ou pregam, mas cuja vida particular está repleta de pecados ocultos. São homens e mulheres que se intitulam profetas, sacerdotes, mentores espirituais, arcanjos e anjos, mas que se posicionam em um palco enquanto estão rompidos com o altar divino.
Estes são, na atualidade, os filhos que dizem sim, que dizem conhecer Deus, que respondem rápida e afirmativamente ao chamado divino, mas que na verdade não obedecem à genuína vocação do Evangelho. São filhos que se habituaram com a liturgia dos cultos, que sabem como mexer com o emocional das pessoas, que inventam escolas para formação de profetas, ou que criam movimentos cultuais que não condizem com a seriedade, a ordem e a decência do Evangelho.
Que Deus nos permita dizer sempre sim – mas que seja, de fato, um sim verdadeiro, seguido da plena obediência que Ele espera de cada um de nós. Não basta colocar a capa sacerdotal, ou saber qual o discurso desejado pelo povo, se internamente estamos vazios do Espírito Santo – sepulcros caiados não chegarão aos céus!
Elaine Cruz
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