“A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto.” (Provérbios 18:21)
A língua é um dos menores membros do corpo, mas possui um poder imensurável. Pode edificar ou destruir, curar ou ferir, abençoar ou amaldiçoar. As palavras têm o poder de mudar destinos, de acalmar corações, mas também de gerar discórdias e feridas profundas.
Por isso, a mulher cristã, em todos os papéis que desempenha — como esposa, mãe, filha, amiga ou serva do Senhor — precisa compreender a importância de falar com sabedoria e domínio.
Na Bíblia encontramos mulheres que usaram suas palavras como instrumentos de bênção. Abigail, por exemplo, diante da ira de Davi, escolheu a palavra certa na hora certa. Suas palavras foram suaves e cheias de discernimento. Com sabedoria e humildade, ela impediu uma tragédia, e Davi reconheceu: “Bendita seja a tua prudência” (1 Samuel 25:33). Ela é um exemplo de mulher que fala com equilíbrio e graça, guiada pelo Espírito de Deus.
Em contrapartida, Miriã, irmã de Moisés, murmurou contra o líder escolhido por Deus. Suas palavras de crítica e rebeldia trouxeram consequências sérias — a lepra foi o resultado da sua língua indisciplinada (Números 12:1-10). Miriã foi restaurada da lepra através da oração de Moisés, foi profetiza e líder do louvor conduzindo as mulheres a tocar os seus instrumentos, cantarem e dançarem após a travessia do Mar Vermelho! (Números 15:20). Já Jezabel, esposa do rei Acabe, representa a língua maldizente e manipuladora, que usa o discurso para controlar e destruir. Suas palavras instigaram o mal e levaram muitos à perdição.
Esses exemplos nos mostram que a língua pode ser tanto um canal de graça quanto uma fonte de destruição. Tiago nos adverte que, com a mesma língua, bendizemos a Deus e amaldiçoamos os homens, feitos à Sua imagem (Tiago 3:9-10). Dominar a língua é, portanto, um ato de maturidade espiritual e de obediência a Deus.
Mas como fazer isso?
A resposta está em cultivar um coração sábio. Jesus ensinou que “a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12:34). Se o coração estiver cheio de amor, fé e humildade, as palavras refletirão paz e edificação. Porém, se estiver cheio de amargura, inveja ou orgulho, inevitavelmente a língua revelará destruição.
A mulher cristã precisa pedir diariamente ao Senhor que coloque um “guarda à sua boca” (Salmo141:3).
Antes de falar, é sábio perguntar-se:
- O que direi é verdadeiro?
- É necessário?
- Edificará quem ouvir?
Quando a fala é guiada pelo Espírito Santo, ela produz frutos de justiça, restauração e esperança. Uma palavra branda desarma conflitos, cura relacionamentos e transmite fé. Por outro lado, uma língua impaciente ou impulsiva pode gerar feridas que demoram a cicatrizar.
Dominar a língua não significa silenciar-se, mas falar com propósito, com discernimento e amor. É deixar que o Espírito Santo conduza cada palavra, transformando a comunicação em um instrumento de paz.
Mulheres que falam com sabedoria edificam lares, fortalecem amizades e são colunas firmes nas comunidades de fé. Que possamos ser como Abigail, cuja voz promoveu reconciliação e evitou tragédia, e não como Miriã ou Jezabel, que usaram a língua para semear o mal.
Que o nosso falar seja temperado com sal (Colossenses 4:6), repleto de graça e verdade, para que sejamos conhecidas como mulheres que edificam e abençoam.
“A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata a derruba com as próprias mãos.” (Provérbios 14:1)
Até a proxima, um abraço querida.

Sonia Pires
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