Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

Oferecendo a outra face

Não há uma pessoa que nunca foi ferida - e muitas vezes e em diferentes momentos ao longo da vida.

Pais, mesmo quando amam, ferem. Nossa parentela nem sempre nos compreende, e eventualmente nos nivela por baixo frente à beleza ou inteligência de um primo ou cunhado. Cônjuges e filhos amados por vezes nos confrontam e nos ferem, mesmo que seja para uma crítica que venha nos edificar.

Há confrontos necessários. Há feridas abertas que cicatrizam como benéficas para nosso aprendizado. E mesmo quando sofremos afrontas sérias, ou calúnias que fazem doer a alma, podemos aprender a digerir a revolta e a dor, nos preparando para as próximas, que certamente virão.

Contudo, o fato de sabermos o quanto aprendemos quando sofremos, não significa que desejamos ser magoados ou ofendidos. Se for uma questão de escolha, escolhemos aprender com as feridas alheias, mas evitar as nossas.

Nesta perspectiva, é evidente a seriedade inclusa no mandamento de Jesus de oferecer a outra face: Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra (Mateus 5.39). Ser esbofeteado e ferido, física e/ou emocionalmente, já é algo difícil de suportar - e pela vontade humana é algo a ser evitado, não solicitado.

Oferecer a outra face é mais do que engolir a afronta ou suportar calúnias. É simplesmente permitir e esperar pela próxima afronta ou ferida. É se colocar vulnerável à decisão alheia de nos ferir, cientes de que nossa justiça está em Deus.

Jesus ofereceu a outra face quando, mesmo sendo Deus, se permitiu ser esbofeteado, cuspido, afrontado e espancado. Ele é Deus, mas tomou a forma humana, e se humilhou até a morte de cruz!

Tantos, por amor a Deus, são caluniados, ofendidos e feridos. Quem de fato serve a Deus, sabe o que é suportar afrontas por amor ao Evangelho que pregamos. Assim sendo, há mulheres que permanecem oferecendo a outra face a maridos que não aceitam a sua conversão. Ou filhos que sabem que não serão compreendidos, mas oferecem a outra face a pais descrentes que permanecem, diariamente, diminuindo a importância da decisão de conversão dos filhos.

A Bíblia traz textos sérios sobre isto: Dê a face ao que o fere; farte-se de afronta (Lm 3.30); As minhas costas ofereci aos que me feriam, e a minha face aos que me arrancavam os cabelos; não escondi a minha face dos que me afrontavam e me cuspiam (Isaías 50.6).

Vivemos em um mundo onde todos são tão prontos a retrucar, onde as pessoas andam frequentemente na defensiva. Porém, precisamos aprender a nos calar, a esperar a hora certa para reagir, aguentando mais pressões e incompreensões. O Evangelho nos ensina a dar marcha a ré, a suportar o desprezo, a lidar com injustiças que nos são feitas e, além disso, oferecer a outra face para que o outro permaneça nos ferindo.

Entretanto, enquanto somos feridos, é importante relembrar que, assim como aconteceu com Jesus, no tempo de Deus nós viveremos a honra, a recompensa e a vitória. Portanto, cabe-nos pedir graça para suportar a noite, enquanto nosso dia amanhece pleno das divinas alegrias!

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Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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