Estava atravessando uma linha férrea enquanto fazia minha caminhada diária (que faz bem ao corpo, e, porque não dizer, à alma também!). Daí, quando ia pondo meu pé na travessia, uma luz de alerta acendeu, e um cartaz iluminado dizia: “Pare, olhe e escute”.
Naquele momento, eu pensei: não podemos nos desaperceber dos avisos. Comentei isso com uma senhorinha que estava caminhando comigo, e ela disse: “Claro! Já tenho essa idade, mas quando chego aqui, paro e vejo se a luz está vermelha... não posso me descuidar, até porque há um tempo, duas crianças de rua, ao entardecer, brincavam de se jogar nos trilhos e de se fazerem de mortos... e então, não viram o semáforo que avisava a partida do trem... Como ninguém as viu ali, foi fatal. Ambas morreram”. Ao ouvir aquele relato, fiquei triste e, ao mesmo tempo, pensei: quando não observamos as advertências que estão diante de nós, o dia da adversidade pode nos surpreender e trazer prejuízos por falta de atenção. Logo fiquei pensando: como preciso estar atenta às advertências de Deus na minha vida! Aqueles meninos que morreram não viram o aviso por estarem deitados e de olhos fechados, não pararam porque estavam brincando e não tinham a noção do perigo; quando o trem saiu, ouviram o som, mas já era tarde... Abraçaram-se um ao outro e assim morreram.
Pare!
Na vida temos paradas obrigatórias, paradas voluntárias e paradas alternativas; assim, temos a obrigação de discernirmos o tempo e que tipo de parada precisamos dar. A Bíblia diz que há tempo para todo propósito debaixo do céu (Ec 3.1). Muitas vezes fazemos uma parada alternativa: decidimos parar ou não parar. Maria, irmã de Lázaro, fez uma parada alternativa: ela resolveu parar para ficar com Jesus, em vez de ajudar a Marta. Que lindo é fazermos uma parada para nosso momento devocional, para ouvirmos, pela Palavra de Deus, a voz do Espírito, para escutar nosso Amado Jesus!
Dorcas, aquela discípula de Jesus da cidade de Jope, fez uma parada obrigatória; quiçá ela estava tão envolvida em costurar as roupas dos menos favorecidos, que não deu atenção aos sinais do seu corpo... Pare, descanse, se cuide! Ela foi obrigada a parar; morreu, mas provou o grande milagre da ressurreição no seu corpo (At 9.36-42). Quantas vezes não queremos parar, como Dorcas, a gazela de Deus, e não prestamos atenção aos sinais vitais do nosso corpo, e não percebemos que é da vontade de Deus descansarmos! É bem verdade que, vez por outra, Deus permite que passemos por momentos de enfermidade e aí Ele fala conosco, ouvimos a Sua voz, e por misericórdia, passamos a ser alvos de milagres. No entanto, devemos dar ouvidos à Sua voz, e cuidarmos do nosso corpo, que é templo de Deus(1 Co 3.16,17; 6.19,20).
Olhe!
Quantas vezes nós erramos simplesmente por não prestarmos atenção... Onde está focado o nosso olhar? O escritor aos Hebreus aconselha-nos a que olhemos para Jesus, o Autor e Consumador da nossa fé (Hb 12.2). Quem olha para Jesus, busca imitá-lo (Ef 5.1); quem olha para Jesus, deixa o pecado (Hb 12.1); quem olha para Jesus, sofre as aflições (1 Tm 2.3);quem olha para Jesus, busca agradar-lhe em tudo (1Tm 2.4); quem olha para Jesus, não se detém no caminho dos escarnecedores (Sl 1.1).
Escute!
Faça o que Jesus manda, pare onde Ele ordenar e prossiga quando Ele indicar. Amiga, os sinais de Deus são importantes para nossa vida. Estamos em um tempo em que a ponderação, o exercício do ouvir está com seu limiar muito baixo; é um tempo de muita distração, atropelamento de intolerância havendo em consequência dessas atitudes uma falta de unidade nas decisões, pessoas indecisas sem distinguir vozes que lhe permeiam e dentro desse contexto não distingue a voz de Deus.
Como estão os teus ouvidos espirituais? Você distingue a voz de Deus das outras vozes? Tenhamos cuidado para não confundirmos a voz do Amado. No livro de Cantares, a amada diz que a voz do amado é inconfundível (2.8; 5.16). Você conhece a voz do doce Espírito Santo? Maria confundiu seu Amado Raboni, até o momento que Ele a chamou pelo nome; quando Ele disse: “Maria!”, ela reconheceu: “É Ele!”.
Os discípulos escutaram tantas vozes, que no caminho a Emaús, não conseguiram distinguir a voz do Cristo ressuscitado, uma experiência que só Maria desfrutou. Depois de caminharem tanto, sentaram-se à mesa para comer com Ele e, no momento da oração, perceberam quem Ele era ao levantar o pão. Só pelo gesto, eles O identificaram, pois não conheceram a Sua voz. Quando acordaram, foi tarde demais, Ele já havia desaparecido.
Que doce voz é a voz do Mestre! Se sua vida está em tormenta e há muitas vozes ao seu redor, escute a voz dAquele que diz: “As ondas atendem ao meu mandar, sossegai!”. Ele chegará e a calmaria reinará. Leia o Salmo 29 e escute o que Sua voz é capaz de fazer.
Meu abraço e não se esqueça de parar para Deus, olhar Seus avisos e escutar a doce voz do seu Espírito.
Judite Alves
*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).