Vivemos neste mundo com muitas demandas, já que a vida pós-moderna é caracteristicamente agitada, cheia de corre-corre, de expectações e incertezas, e tudo isso nos leva a um frenesi quase constante. Desta maneira, ficamos agitadas, sentimos um entusiasmo delirante que acaba nos levando à exaustão. Esse comportamento pode trazer alguns prejuízos, uns reparáveis, outros irreparáveis.
Se analisarmos a realidade das mulheres, de uma forma geral, verificamos que quase todas nós temos que dar conta das três jornadas de trabalho. Umas trabalham fora, estudam, têm filhos e são donas de casa. Outras vivem para a igreja, ajudam no ministério do marido, desenvolvendo seus dons, e são donas de casa, têm marido e filhos. Nesse caso, não diferimos muito das demais, pois muitas vezes chegamos de um culto e ainda vamos cuidar da louça, ou de alguém com uma necessidade urgente de uma oração ou de um conselho. Quando éramos crianças ou adolescentes, quem de nós pensaria que a vida seria assim? Por isso, necessitamos de força e coragem de Deus para encararmos nossas responsabilidades e atravessarmos esses dias maus com graça, criatividade e sabedoria vinda do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação (Tg 1.17).
Além do mais, temos também as redes sociais, que, se não formos disciplinadas, nos tomam boa parte de nosso tempo, podendo até levar à dependência. Inclusive este tem sido um problema sério para nós que lidamos com a saúde mental: o vício digital. É lamentável como esse comportamento tem prejudicado as relações familiares, sociais e de trabalho, ocasionando diversos transtornos em decorrência da dependência psicológica. Poderemos refletir sobre esse assunto em outra oportunidade.
Então, o que fazer diante de tamanhos desafios? Eu, como serva de Deus, o que tenho para dar aos demais? Quanto tempo passo me reabastecendo aos pés do Senhor, para poder dar o que alguém procura em mim porque, aparentemente, e pela posição que exerço, acha que tenho? A propósito, fiz essas perguntas a mim mesma enquanto escrevo para você, amada leitora, e a seguir, irei elencar o que o Espírito Santo falou comigo. Faça para você essas perguntas, e Ele falará ao seu coração.
Em um de seus livros, Weaver nos diz que devemos ter o coração de Maria no mundo de Marta, e o mundo de Marta, podemos dizer, é também o nosso mundo: cheio de distrações, trabalhos, filhos para cuidar, netos, genros e noras para aconselhar... Além disso, temos que ser ouvidos no Reino, cuidando dos outros que Deus pôs em nossas mãos para ajudá-los; não é fácil.
Mas, uma coisa lhe digo: o meu e o seu sucesso, amada, dependerá do tempo que tomarmos na sala de intimidade com Jesus. Indubitavelmente, Ele nos dará o que precisamos para resistirmos a tais desafios. Primeiro, Ele nos tira o medo e nos dá um espírito de temor e de moderação (2 Tm 1.7); a moderação é moeda rara hoje nos lares, nas entidades e, pasmem, muitas vezes na igreja. Porém, você e eu fomos chamadas a sermos agentes de reconciliação neste mundo, e, para tanto, temos que ser moderadas. Quando os filhos estiverem agitados, modere a sua voz ao dirigir-se a eles; se o marido está estressado, e você nem sabe o porquê, tente ficar calada até passar, ou pergunte com ternura se ele precisa de sua ajuda.
Você pode ser um agente reconciliador entre irmãos, entre pais e filhos, entre marido e mulher. Como é possível? Tendo a palavra em abundância em sua vida (Cl 3.16); sendo equilibrada em suas emoções (a Sunamita foi um exemplo de mulher equilibrada; seu filho estava morto, mas ela pode dizer ao marido: “Vai tudo bem” - 2Rs 4.20-23); sendo amável (Fl 4.5-6 - nesse texto, a palavra descreve um temperamento que é experiente e maduro); e sendo paciente (a paciência é um dos aspectos do fruto do Espírito, e só pode ser desenvolvido e fortalecido através do nosso relacionamento com Deus - Rm 15.5-7).
Que você e eu, amada, possamos ter, para cada ocasião de conflito, uma atitude reconciliadora! Quem tem essa virtude sempre vê uma saída diante dos mais difíceis problemas; sua atitude muitas vezes é até ignorada por alguns, mas abraçada pela maioria; sua boca é uma fonte de bênçãos diante das vicissitudes, pois sempre diz: “Vamos orar, vai dar tudo certo... Deus vai agir”. Na hora de corrigir, de exortar, nunca age pela emoção, mas busca a orientação do Santo Espírito de Deus. Quem é um(a) agente de reconciliação, sempre dá bons frutos, deixando, por onde passa, um bom cheiro de Cristo.
Meu abraço a todos!
Judite Alves
*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).