A adoção é um gesto nobre, mas acima de tudo, é um reflexo do amor de Deus por nós. Quando uma família escolhe adotar está, de certa forma, espelhando o coração do Pai Celestial, que, em sua infinita graça, nos acolheu como filhos. A Bíblia nos lembra em Romanos 8:15: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.”
Ser filho por adoção é ser escolhido. Deus nos adotou por amor. Ele decidiu nos tornar seus filhos, e isso nos garante identidade, pertencimento e cuidado. Em Efésios 1:5, Paulo afirma que Deus “nos predestinou para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade.” O apóstolo João também declara: “Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome.” (João 1:12)
Essa verdade nos conduz a refletir sobre o que significa adotar uma criança. Muito além de um ato de generosidade, a adoção é uma decisão que requer amor, entrega, preparo emocional e espiritual. É um compromisso que envolve toda a família e os que a cercam. Uma criança que é adotada precisa de um lar, de uma família que a receba com o mesmo amor com que Deus nos recebeu.
A adoção precisa ser feita com propósito, responsabilidade e intencionalidade. Não se trata de preencher um vazio ou de buscar uma realização pessoal, mas de oferecer a alguém a oportunidade de ser amado, cuidado, protegido e valorizado como filho. A criança adotada não é uma mercadoria que pode ser trocada ou devolvida; ela é uma vida que anseia por amor e por pertencimento.
Na Bíblia, encontramos histórias que ilustram esse amor redentor e transformador que há na adoção. Um exemplo marcante é o de Moisés. A filha de Faraó o encontrou às margens do rio Nilo e, movida por compaixão, o adotou como seu filho (Êxodo 2:10). Aquele bebê hebreu, que nasceu em tempos difíceis e foi entregue às águas para sobreviver, cresceu no palácio do faraó e foi usado por Deus para libertar o povo hebreu da escravidão do Egito. Uma adoção com propósito mudou o destino de uma nação.
Outro exemplo é Mardoqueu, que criou Ester como filha após a morte dos pais dela (Ester 2:7). Ester se tornou rainha e foi instrumento de salvação para o povo judeu. Sua história é mais uma prova de que a adoção pode estar nos planos divinos para cumprir um chamado maior.
A mulher cristã é chamada a enxergar a adoção com os olhos de Deus. Seja adotando, apoiando alguém nesse processo ou ensinando seus filhos sobre o valor do acolhimento, cada uma pode ser instrumento de amor e redenção. Adotar é mais do que incluir alguém na família: é revelar a graça de Deus através de atitudes concretas.
Que possamos refletir o amor do nosso Pai, que nos adotou e nos chama de filhos. Que possamos, como mulheres cristãs, valorizar e apoiar a adoção como um ato de fé, coragem e, acima de tudo, amor.
Sonia Pires
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