“Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos céus” (Mateus 18:3). Estas palavras de Jesus nos convidam a refletir sobre a essência do coração infantil e a importância de cultivar atitudes puras e sinceras diante de Deus.
A criança possui características que nos ensinam sobre a fé e a dependência do Pai Celestial. Ela confia plenamente, ama sem reservas, perdoa com facilidade e demonstra alegria nas pequenas coisas. A simplicidade, a humildade e a sinceridade que encontramos em uma criança são virtudes preciosas que muitas vezes se perdem na vida adulta, marcada por desconfiança, orgulho e auto-suficiência.
Ao nos tornarmos como crianças, somos chamadas a abandonar o egoísmo e a arrogância, reconhecendo que necessitamos de Deus em todos os aspectos da nossa vida. Jesus não está falando de uma infantilidade emocional, mas de um coração disposto a aprender, obedecer e confiar. Ele nos convida a uma conversão diária, onde reconhecemos nossa total dependência do Seu amor e cuidado.
Na Bíblia, vemos exemplos de pessoas que demonstraram essa confiança e humildade. O jovem Samuel, ainda menino, ouviu a voz de Deus e prontamente respondeu: “Fala, Senhor, porque o teu servo ouve” (1 Samuel 3:10). Davi, mesmo sendo um simples pastor de ovelhas, enfrentou o gigante Golias com fé e coragem, confiando não em sua própria força, mas no poder do Senhor (1 Samuel 17:45-47).
Assim também nós, mulheres cristãs, somos desafiadas a cultivar um coração sensível à voz de Deus, aberto ao aprendizado e disposto a obedecer, mesmo quando não compreendemos todas as circunstâncias. A criança não planeja o futuro com ansiedade, ela vive o presente com confiança e alegria. Que possamos aprender a descansar em Deus, lançando sobre Ele as nossas preocupações (1 Pedro 5:7).
Além disso, precisamos resgatar a capacidade de nos alegrarmos nas coisas simples da vida, de termos um coração grato e um espírito leve. O Reino de Deus é feito de pessoas que amam, confiam e perdoam como crianças. A maturidade cristã não elimina a simplicidade, mas a fortalece, tornando-nos mulheres sábias e humildes diante do Senhor.
Portanto, tornar-se como criança é um convite à renovação diária do nosso ser. É abrir mão do controle e confiar no cuidado de Deus. É olhar para a vida com esperança, amar sem reservas e viver com autenticidade. Que cada uma de nós, guiadas pelo Espírito Santo, possa cultivar um coração infantil em sua fé, mas maduro em seu caráter, honrando assim ao nosso Pai Celestial.
Que o Senhor nos ajude a viver essa verdade, lembrando-nos sempre que o maior no Reino dos céus é aquele que se faz humilde como uma criança (Mateus 18:4).
Até a próxima queridas.
Sonia Pires
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