Desde cedo, ainda na infância, somos apresentados aos contos infantis - estórias que começam bonitas, mas que sofrem uma ou várias reviravoltas, até o desfecho final onde os protagonistas vencem seus opositores (madrastas, desastres, dragões, vilões) e vivem felizes para sempre.
Desenhos infantis seguem o mesmo roteiro, muitas vezes com um pouco mais de mordacidade ou comédia, e só são mais ágeis e caricatos.Desde cedo, ainda na infância, somos apresentados aos contos infantis - estórias que começam bonitas, mas que sofrem uma ou várias reviravoltas, até o desfecho final onde os protagonistas vencem seus opositores (madrastas, desastres, dragões, vilões) e vivem felizes para sempre. Desenhos infantis seguem o mesmo roteiro, muitas vezes com um pouco mais de mordacidade ou comédia, e só são mais ágeis e caricatos.
A partir da adolescência somos apresentados a literatura e filmes que nos mostram um caminho semelhante, com os chamados heróis apanhando e sofrendo, as mocinhas chorando pelo amor e pelas frustrações até alcançar seu príncipe, com requintes de maldade e vilania sem par. Mas a vida adulta segue com filmes românticos pra nos fazer chorar, e com super heróis que saem dos quadrinhos para as telas que fazem homens maduros e avós se emocionarem - super homem, mulher maravilha, batmam, homem aranha, homem formiga, aquamen, os associados, liga da justiça, e tantos outros. Todos sofrem, apanham da vida (e de seus opositores), mas terminam bem, prontos para outra aventura.
A Bíblia nos mostra relatos semelhantes de heróis da fé, com a diferença de estas histórias (agora com h), são verídicas, e não ficção ou fábulas, como muitos hoje querem ensinar (falsos mestres invadindo a Igreja é um fato antigo e perigoso). Davi vence o gigante Golias; Daniel é envolvido numa trama de seus opositores e colocado na cova de leões; Ester arquiteta estratégias inteligentes para desmascarar Hamã; Sadraque, Mesaque e Abdenego mantêm sua fé e valentia e encaram uma fornalha ardente; e Jacó protagoniza a mais linda luta da história, quando luta para ser abençoado e termina com seu caráter transformado!
Poderíamos ainda falar do sofrimento de Jó, dos testes a mansidão de Moisés, do romance de Rute e Boaz, dos “efeitos” espetaculares e inimagináveis das pragas do Egito, da saga da reconstrução de Jerusalem e do Templo, e da linda história de Jesus, que entrelaça tantos outros roteiros, de mulheres e homens simples e poderosos, que até hoje servem de base para nossas pregações.
Sim. A vida nos mostra que teremos aflições, que o caminho não é largo, que estamos sujeitos a cair, que as pessoas não são o que nos dizem ser, que ingratidão e injustiça fazem parte da nossa caminhada. Todos nós temos incontáveis dias felizes, mas temos muitas histórias tristes, de abandono, decepções, traições, doenças, desamor e lutas. Há pais agressivos, mães ausentes, conjugues adúlteros, chefes opressores, doenças incapacitantes, política suja no governo de países, desemprego, amigos que se corrompem e se tornam inimigos, filhos ingratos, violência e perigo nas ruas. Sofremos com pessoas pois somos afetados pelos atos delas, sofremos pelas consequências de nossos atos e escolhas erradas, e sofremos ataques do Maligno, que a todo momento nos tenta derrubar da fé, e para o qual devemos estar devidamente armados e protegidos, como nos ensina Paulo no sexto capítulo da sua carta aos efésios.
Diante deste quadro temos sempre três opções. A Primeira é assumir internamente que a vida é má, procurar e apontar sempre os culpados pelas nossas desgraças, e assumir a posição de coitadinhos e sofredores. Esta primeira opção nos gera medo, fobia, depressão, insatisfação constante, e pode nos fazer desviar da fé, pois a tendência é acabarmos nos afastando de pessoas, e consequentemente da igreja e dos cultos, e culpando Deus por tudo, duvidando de suas promessas e seu amor leal.
A segunda opção diante das adversidades é simplesmente fingir que elas não precisam ser estudadas e tratadas, seja com ações ou orações, e simplesmente viver de forma inconsequente para esquecê-las. Quem opta por viver assim prefere apagar sua desilusão na bebida, fugir para a amnésia ou a fantasia das drogas, abandonar o casamento e as responsabilidades nos primeiros embates, e seguir a vida achando que tudo é normal, acabando a velhice em vícios e longe de Deus.
A terceira opção é aprender a viver contente em toda e qualquer situação. É isto que Paulo nos ensina em vários trechos na carta aos filipenses: Contudo, mesmo que eu esteja sendo derramado como oferta de bebida sobre o serviço que provém da fé que vocês têm, o sacrifício que oferecem a Deus, estou alegre e me regozijo com todos vocês. Estejam vocês também alegres, e regozijem-se comigo. (Fl 2.17,18); Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus. Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e se em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá. (Fl 3.13-15); Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece. (Fl 4.11-13); Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas. (Fl 4.8).
Paulo nos mostra o segredo: aprender a se adaptar as diversas situações da vida, aprender o segredo de viver contente na fome, doença, necessidade e tragédias (ele recebeu quase duzentos açoites, foi golpeado com varas e apedrejado, foi náufrago três vezes, chegou perto da morte inúmeras vezes, foi encarcerado e viveu decepções e solidão) - mas ele aprendeu: decidiu viver contente, deixar as coisas que se passaram para trás, perdoar os que o feriram, pregar aos que o prenderam, e buscar pensar no que é bom, agradável, amável.
Como Paulo, nós temos nossa memória que não nos deixa esquecer quem somos, o que fizemos e vivenciamos. Nossa mente guarda todos os bons e maus momentos, bem como nossas melhores e piores emoções. A pergunta é: o que vamos pinçar da memória? Qual sentimento vamos resolver nutrir pelas pessoas?
Decida e aprenda o segredo de viver contente, de ver o lado bom da vida, de perdoar e recomeçar, de escolher seguir em frente, de lutar com todas as forças pelas promessas de Deus, de não deixar que as más lembranças ocupem sua mente. Conte as bençãos e veja quantas são. Sinta a satisfação de ter a Cristo, paz real, gozo na aflição, e ache o segredo: ter Cristo no coração. Afinal, com Cristo no barco tudo vai muito bem, e passa o temporal!
E se estas letras lhe são familiares, cante as canções!
Elaine Cruz
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