Uma pesquisa dos produtos que consumimos está cada vez mais rara. Nos dias atuais as pessoas estão simplesmente comprando, aceitando as coisas porque os outros dizem que é bom - até porque o marketing tem feito muito bem o seu papel. Compramos por causa da propaganda bem feita, escolhemos marcas de roupa ou limpeza porque “se é mais cara deve ser melhor”.
As marcas importantes estão no outdoor, as etiquetas estão cada vez mais visíveis, e as camisetas expõem logos cada vez maiores. Afinal, de que adianta ser de marca se ninguém pode ver? Da mesma forma, as bolsas “de marca” mais caras precisam ser de coleção, compradas através de filas de espera, com seu preço valendo mais do que o valor de uma geladeira ou um carro. Há relógios valendo o preço de um apartamento, e o mercado, mesmo na crise, permanece aquecido dentro de uma fatia da nossa sociedade.
Isto nos faz pensar na má distribuição de renda, no privilégio de poucos em detrimento de muitos, em como nossa sociedade se organiza nas bases do ter. Mas esta reflexão também nos remete a prioridades.
Quando pensamos em prioridades, estamos ampliando a temática, até porque ela não está associada só a valores monetários. Ha pessoas que ganham pouco, e consomem seu dinheiro em jogos de azar ou bebidas alcoólicas. Outros recebem seu salário e na mesma semana compram carnes de primeira qualidade e vários itens supérfluos, e nas três semanas seguintes consomem só ovos e não tem dinheiro para os itens da cesta básica de alimentos.
Quando foi a ultima vez que você analisou suas prioridades de consumo? Prefere comprar várias roupas de uma vez, a comprar uma só peça de melhor qualidade com maior vida útil? Prefere usar suas economias em uma viagem com a família ou na compra de uma bolsa mais cara? Primeiro investe em suas necessidades para depois gastar com frivolidades? Seu dinheiro é gasto para pagar contas, como o colégio dos seus filhos, ou primeiro você os presenteia com o celular do último modelo que eles tanto desejam?
A mulher sábia do capítulo trinta e um do Livro de Provérbios administrava bem a sua casa e seus negócios, provava e avaliava bem a mercadoria antes de comprar, dava ordens as suas empregadas domésticas e trabalhava pelo bem da sua casa e filhos. Ela sabia usar seu dinheiro, investia seus ganhos com sabedoria e nada lhe faltava, além de andar com roupas boas e de forma elegante. Que mulher! Que exemplo tão atual para nossa sociedade empobrecida e consumista de hoje!
Precisamos voltar a fazer orçamento doméstico, priorizando as necessidades, analisando o que seria o nosso pão de cada dia. É importante avaliar a utilidade do que compramos, reorganizando nossos armários de roupas e calçados. Se você comprou um item há mais de um ano e até agora não o usou, será que fez uma boa compra, como pensava na época?
Se temos uma família para cuidar, o interesse de todos vem antes do individual, o nosso vem antes do meu. As contas básicas, inclusive o dízimo, são prioridades e os supérfluos e frivolidades sempre podem esperar. O lazer pode ser no parque ou na praça, ou até mesmo numa tarde interativa e afetiva em família dentro de casa, de forma a economizarmos dinheiro para algo realmente bom a ser feito com todos os membros da casa que amamos.
Todos precisamos de prioridades, em várias áreas da vida. Liste as suas!
Elaine Cruz
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