Pelo fato de ter crescido em um lar evangélico, com pais atuantes e comprometidos com a obra de Deus, eu sempre frequentei a igreja. Todos os dias havia uma atividade: cultos públicos, cultos de doutrina, cultos de oração, ensaio do coral (meu pai era o maestro), ensaio do coral infantil e Escola Bíblica Dominical.
Na minha infância, minha mãe trabalhava com o Departamento Infantil, e minhas férias eram repletas de EBF (Escola Bíblica de Férias) e de finais de semana passados em retiros e acampamentos.
A despeito de tantas atividades, lembro-me bem do dia que aceitei Jesus, aos cinco anos de idade. Foi em um evento no parque da cidade onde eu morava em São Paulo, e recordo-me de levantar minha mão, chorando copiosamente, declarando que queria seguir Jesus minha vida toda.
Aos quatorze anos eu fiz o curso de evangelização de crianças da APEC (Aliança Pró Evangelização de Crianças), com duração de um ano, já no Rio de Janeiro. Já lecionava em classes e Escola Dominical desde os doze anos, e pude realizar muita EBF e congressos infantis. Muitas daquelas crianças e adolescentes hoje já são pastores, prosseguindo na pregação do evangelho, espalhados pelo Brasil e por algumas cidades do mundo.
Hoje atuo ao lado do meu marido pastoreando a igreja. Mas ainda valorizo muito a evangelização infantil. Como psicóloga e educadora sei que a melhor fase para incutirmos o evangelho na mente da criança, provendo valores e conceitos bíblicos, é até os oito anos de idade, quando a base do seu caráter se forma. Desde pequena a criança compreende a simplicidade do plano da salvação, busca com sabedoria o batismo com o Espírito Santo, e defende suas convicções bíblicas perante sua família, muitas vezes ganhando pais e colegas para Cristo.
É por esta razão que assisto, temerosa e preocupada, os rumos que a educação infantil secular vem tomando no Brasil. Além das propostas do ensino sobre a teoria da evolução e sobre a ideologia de gênero nas escolas, inúmeros outros projetos têm sido apresentados visando promover o ensino do ateísmo, com a intenção objetiva de impedir o ensino sobre a existência absoluta de Deus. Alguns educadores e políticos ainda defendem que o ensino religioso só seja permitido, na escola e nos lares, a partir de 21 anos de idade, como já acontece em alguns países.
Há uma guerra diabólica armada contra nossas famílias, que visa impedir e denegrir a formação moral e espiritual das nossas crianças. É claro que a meta final é impedir a evangelização e fechar as igrejas evangélicas, cuja prioridade sempre será pregar e ensinar o evangelho a seus membros e suas famílias.
Dentro deste quadro que vivemos no Brasil e no mundo, é importante que as famílias acordem e que as igrejas orem muito. Mas cabe-nos também investir, cada vez mais, na evangelizado infantil, dentro dos templos e especialmente dentro dos lares.
Nossas crianças precisam voltar a se interessar por aulas na EBD que sejam dinâmicas e evangelísticas. Nossos filhos e netos necessitam voltar a ler livros evangélicos e serem aguçados pela curiosidade de conhecerem mais a Bíblia. Nossos lares precisam ser tabernáculos, onde cultos domésticos e reuniões de oração sejam frequentes entre os membros da família.
Filhos precisam ser educados em casa, recebendo no lar as bases sólidas para a formação do seu caráter e sua fé. Portanto, lute pelos seus filhos e netos. Não espere que a escola cumpra o papel que é da família!
Elaine Cruz
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