Meses antes da chegada da Páscoa, os supermercados e lojas de doces lotam suas prateleiras de chocolates, no formato de coelhos, de ovos de vários tamanhos, de corações e estrelas.
Com a proximidade da chamada Semana Santa, as pessoas já começam a listar os ovos preferidos - de chocolate branco, cobertos com amêndoas, com recheio de doce de leite ou brigadeiro? Há ovos para todos os gostos, pequenos e grandes, muito calóricos ou até light, para aqueles que aderem ao estilo de vida fitness.
Há pessoas mais comedidas para doces, que guardam na geladeira seus potes e vão comendo um pouco a cada dia. Na páscoa, guardam seus chocolates e comem aos poucos ao longo dos meses seguintes. Mas a grande maioria abre todos os chocolates de uma vez, escondendo os mais gostosos pela casa para que os seus familiares não usurpem suas delícias. O almoço de páscoa, preferencialmente um bacalhau bem feito, saboreado pela grande família reunida, fecha os preparativos, e todos ficam satisfeitos por terem comemorado mais uma páscoa.
Só que não… (como dizem os mais novos). Mais uma vez nossa sociedade de consumo deturpa o sentido desta festa, tal como faz com as comemorações de Natal. Páscoa não tem a ver com bacalhau e muito menos com coelhinhos de olhos vermelhos, que nem ovos colocam.
Páscoa é uma festa instituída entre os judeus – Pessach – e comemora a libertação dos hebreus, que viviam como escravos no Egito. A Bíblia relata que um cordeiro ou cabrito haveria de ser morto, seu sangue deveria ser aspergido nas portas, e na casa onde não houvesse a marca do sangue o primogênito morreria. Portanto, Páscoa significa livramento de morte, salvação, e prefigurava o sacrifício de Jesus em nosso favor.
Jesus realizou a última Páscoa, e a substituiu pela Ceia do Senhor, um ato memorial onde nos lembramos do sacrifício de Jesus na cruz e proclamamos a sua volta. A Páscoa para os cristãos é a passagem da morte para a vida eterna, fala de ressurreição e vida, e especialmente no domingo comemoramos a ressurreição de Jesus, que nos garante a vitória sobre a morte!
Comemorar a Páscoa é, portanto, muito mais importante do que comemorar o Natal. As festas natalinas nos remetem ao nascimento de Jesus. Mas na Páscoa está a nossa vitória e redenção. Precisamos relembrar os motivos da morte de Jesus, o fato dele ter sido imolado em nosso lugar, como o cordeiro de Deus, que verte seu sangue para nos resgatar. Comemorar a sua ressurreição, sua vitória sobre a morte e o inferno, garantindo-nos a vida eterna. Afinal, como Paulo nos adverte, é a sua ressurreição que sustenta a nossa fé: …se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm… Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo as primícias dentre aqueles que dormiram. Visto que a morte veio por meio de um só homem, também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem. Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados. (1 Coríntios 15.14,20-22).
Comemore a morte de Jesus – pois ele morrer por nós, em nosso lugar. Celebre a sua ressurreição, pois é ela que nos garante a vida terna, quando pertencemos firmados nele.
Reúna a família e presenteie seus filhos e netos. Se desejar, saboreie seu chocolate. Mas não se esqueça de agradecer ao Cordeiro de Deus, que morreu para nos dar vida, fazendo de Jesus a nossa Páscoa.
Elaine Cruz
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