A ansiedade é chamada o mal do século vinte e um. Ela está ligada aos nossos dilemas frente a um futuro incerto, neste mundo em que vivemos cronometrados por compromissos.
Muitas cobranças, funções e papéis a desempenhar provocam ansiedade, que é uma reação prevista diante de situações que podem provocar medo, dúvida ou expectativa. É normal termos ansiedade antes de uma entrevista de emprego, da aprovação em um concurso, do nascimento de um filho, de uma viagem, de uma cirurgia delicada ou de um revés econômico – situações estas em que temos o desafio do novo ou desconhecido.
Infelizmente, muitos apresentam uma ansiedade crônica, com preocupação excessiva ou expectativa apreensiva, persistente e de difícil controle. Nestes casos em que a ansiedade persiste, alterando a dinâmica cotidiana, e tirando a paz da boa noite de sono e dos relacionamentos, podemos estar diante de uma doença instaurada.
Na ansiedade ocorre o desequilíbrio de certas substâncias químicas no cérebro, chamadas neurotransmissores. Destes, dois neurotransmissores, chamados serotonina e noradrenalina, estão relacionados aos transtornos de ansiedade. Quando o nível de serotonina cai e os níveis de noradrenalina se elevam, podemos ter um quadro de ansiedade, que pode ser situacional e passageira, ou persistente.
As preocupações do dia a dia, as tristezas, os desencantos, as mágoas guardadas, os desapontamentos e a fadiga física, quando somados aos sintomas não elaborados e tratados, podem ainda contribuir para que se desenvolvam crises, também chamadas de ataques de ansiedade. Nestas crises, com o aparecimento de tremores e taquicardia, a pessoa acha que está perdendo o ar e a sensação é de que vai desmaiar. Precisa se deitar, relaxar a musculatura e respirar profundamente, enquanto se esforça para racionalizar sobre o fato de que não vai morrer, e que precisa se acalmar. Muitas vezes, em casos mais graves, faz-se necessário inclusive consultar um médico para a prescrição de medicamentos.
A Bíblia afirma que devemos lançar sobre Deus todas as nossas ansiedades, pois ele tem cuidado de nós (1 Pedro 5.7). Lançar é arremessar com força – o que significa que precisamos nos esforçar para nos livrarmos de nossas ansiedades. Não basta só orar, entregar ou apresentá-las diante de Deus. É importante o ato de confiança absoluta, cientes de que temos um Deus que se ocupa do que nos faz ansiosos, e que no tempo dele irá fazer o melhor para as nossas vidas.
Lançar é entregar, descansar, seguir em frente resolvendo as mazelas de cada dia, fazendo tudo o que nos cabe fazer com nossas limitações humanas, e viver o melhor de Deus diariamente.
Sabemos que o problema existe, que a conta nos espera, que a reunião é importante, e que a saúde é uma das nossas prioridades. Mas não nos permitimos adoecer emocionalmente, pois confiamos no poder divino para administrar os motivos das nossas ansiedades, sabedores de que ele é o único que controla as situações sobrenaturais e naturais da nossa existência.
Descanse em Deus. Entregue a ele o futuro dos seus filhos. Lance sobre ele suas dores e anseios. Respire fundo, creia no amor incondicional de Deus, no perdão divino, na graça renovada e no poder restaurador de Deus.
Elaine Cruz
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