Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

O que os outros vão pensar?     

Somos pensados pelo outro desde antes do nascimento. São os outros que nos dão nome e sobrenome, que nos inserem (ou não) em uma família, que nos adjetivam como bonitos, feios, comilões, magrinhos, gordinhos, chatos, bonzinhos, bagunceiros, inteligentes, burrinhos, dentre outros. Os outros são nossos espelhos e, mais do que isto, nos formam e/ou deformam. 

Algumas aves deixam o ninho materno em horas, e muitos animais em poucas horas estão provendo seu próprio alimento. Mas nós somos muito dependentes ao longo de muitos anos. Dependemos do outro para asseio, saúde, alimentação e até para afeto. Como uma esponja, assimilamos os gestos, a linguagem, atitudes e manias dos outros. Sim, eles são muito importantes na construção e constituição da nossa individualidade. 

O problema reside no fato de que, especialmente a partir da adolescência, quando o processo de individuação vai se consolidando, precisamos ir definindo que atitudes e valores de outros vamos incorporar. Afinal, nossas escolhas, e não a dos outros, é que devem ser evidenciadas, até porque já entendemos que vamos colher, majoritariamente, o que plantarmos.

Precisamos sempre considerar o outro, com cuidados permanentes para não ferir ou desmerecer os conceitos e valores alheios. A Bíblia nos ensina a não escandalizarmos nossos irmãos, e todos sabemos os limites do bom senso e da educação. Devemos ser gratos pelos ensinos recebidos, pela instrução e conselhos dos que nos amam. Mas precisamos tomar cuidado para não vivermos atrelados só ao que os outros vão pensar ou falar, deixando de arriscar ou de vivenciar coisas simples do dia a dia.

Isto me faz pensar em um texto que gosto, atribuído a Erma Bombeck:
Aos 3 anos ela olha pra si mesma e vê uma rainha.
Aos 8 anos ela olha pra si mesma e vê Cinderela
Aos 15 anos ela olha pra si mesma, vê uma bruxa e diz: "Mãe, eu não posso ir pra escola desse jeito!"
Aos 20 anos ela olha pra si mesma e se vê "muito gorda/muito magra, muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado", mas decide que vai sair assim mesmo.
Aos 30 anos ela olha pra si mesma e se vê "muito gorda/muito magra, muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado", mas decide que agora não há tempo para consertar essas coisas. Então, sai assim mesmo.
Aos 40 anos ela olha pra si mesma e se vê "muito gorda/muito magra, muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado", mas diz: "sou uma boa pessoa" e sai mesmo assim.
Aos 50 anos ela olha pra si mesma e se vê como é. Sai e vai para onde ela bem entender.
Aos 60 anos ela olha pra si mesma e se lembra de todas pessoas que não podem mais se olhar no espelho. Sai de casa e conquista o mundo.
Aos 70 anos ela olha pra si mesma e vê sabedoria, risos, habilidades... Sai para o mundo e aproveita a vida.
Aos 80 anos ela não se importa muito em olhar pra si mesma. Simplesmente põe um chapéu violeta e vai se divertir com a vida.

Se dentro da perspectiva bíblica e relacional o que pretendemos é legitimo e correto, por que nos preocupamos tanto com que os outros vão pensar, quando falamos de coisas banais? Por que passar anos da vida preocupados com a aparência, com rugas de expressão ou peso corporal?

Precisamos nos preocupar com nossas atitudes de servos de Deus, investindo mais em desdobrar nossos serviços à obra de Deus, com o cuidado com nossa saúde e nossa família. 

Somos uma carta aberta, conhecida e lida por todos (2 Coríntios 3.2), e devemos ser exemplo dos fiéis. Entretanto, ainda assim, devemos colocar mais cedo nosso chapéu violeta, e aproveitar a vida. Toda ela é um presente de Deus!

elaine

Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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