O medo é uma emoção inata e natural ao ser humano, entendida como um instinto primário para garantir nossa sobrevivência física. Entretanto, não nascemos com medo de coisas que não conhecemos: nossos medos são aprendidos, e quanto mais convivemos com pessoas medrosas, mais medrosos ficamos.
O medo pode ser simples, como medo de insetos, de tempestade ou do escuro. Estes medos em geral são aprendidos na infância, por vezes sem nenhuma associação com um fato específico, mas sempre construídos por outras pessoas, e associados a vivências e questões sociais.
Quando o medo cresce, a ponto de paralisar e impossibilitar a vida cotidiana, algumas pessoas desenvolvem medos específicos muito aterrorizantes, chamados de fobias.
Quando o medo de determinados lugares, objetos ou situações é excessivo e descontrolado, a ansiedade surge ao primeiro pensamento de possibilidade de confronto com o que se teme. A pessoa passa a ter comportamentos irracionais, realizados para gerar um sentimento de segurança.
Mesmo reconhecendo que o medo é exagerado, ainda assim o pavor domina as pessoas a tal ponto de muitas paralisarem, sofrerem taquicardia, náuseas, tonturas e até desmaios.
A pandemia evidenciou o interesse do brasileiro pela comunicação, mais especialmente pelo hábito, e vício, pelas redes sociais que o aparelho disponibiliza. No Brasil, o número de celulares vendidos é maior do que o número da população do Brasil.
É cada vez mais frequente a reclamação de professores, cujos alunos direcionam muito mais a atenção a seus aparelhos celulares do que à aula expositiva. Da mesma forma, todos já percebemos a avidez das pessoas em seus celulares dentro de ônibus, metrô e trens, e muitas vezes lendo mensagens quando na condução de um carro!
Muitos almoços de família se tornam silenciosos, pois os membros da casa, mesmo ao sairem para restaurantes, se isolam um dos outros para manter "contato" com sua rede de amigos virtual. Muitas pessoas estão cada vez mais dependentes de celulares, vários casamentos estão definhando por conta do pouco diálogo, e é grande o numero de pessoas que passaram a usar mais de um telefone celular.
A dependência do celular e de outros equipamentos tecnológicos que permitem a comunicação é uma doença chamada de nomofobia ou nomobilofobia, que significa no mobile – ou medo de estar sem “mobilidade”, quando as pessoas não conseguem se desprender da tecnologia, deixando os aparelhos ligados 24 horas por dia, inclusive enquanto dormem.
A nomofobia pode causar ansiedade, desamparo, angústia, impotência, pânico, taquicardia, sudorese, insônia, e pode levar a uma dependência extrema, onde a pessoa fica sem dormir para não se desconectar ou pela ansiedade de saber que vai ficar um tempo sem se comunicar com alguém.
Uma vez diagnosticada, esta síndrome exige terapia psicologia e/ou medicamentosa, com a urgência de que hábitos sejam modificados e a pessoa se volte mais para o seu mundo real e relacional.
Neste momento em que ainda passamos pela pandemia, e em que nos acostumamos a cultos online e a vendas por aplicativos, o uso do celular se fez necessário para muitas pessoas. Muitos se registraram em aplicativos e passaram a usar ainda mais as redes sociais. Contudo, com o crescimento da nomofobia, especialmente entre adultos, precisamos repensar nossos hábitos.
Desligue-se do mundo à sua volta e reconecte-se mais a Deus. Interaja com as pessoas reais à sua volta, dilua sua expectativa sobre estar conectado com outros, diminua a quantidade suas postagens, e selecione as informações que deseja processar, e invista mais tempo com você mesmo e com Deus!
Não se permita viver dependente dos likes alheios, e nem ansioso pelo número de curtidas em suas postagens. Não dependa de pessoas, e muito menos de uma aparelho celular que o “conecta" a outras pessoas. Se é para depender, dependa de Deus!
Elaine Cruz
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