No ano de 2020, assim como nos ciclos que se encerram, paramos para considerar a incerteza do que vivemos, e a fragilidade da nossa humanidade. Encerramos o ano agradecendo a Deus pela vida, pelo cuidado dele conosco, pelos dias tristes e solitários, e pelos livramentos que nem mesmo percebemos.
Estamos prestes a iniciar um ano complexo, com a medicina tentando entender as causas da pandemia e as formas mais seguras para seguirmos com a nossa vida dita “nova normal”. Os meses de 2021 nos aguardam, mas estamos cientes de que velhas expectativas nos espreitam. Em todas as áreas, pesquisas apontam para a continuidade, e até o aprofundamento, das questões elencadas pela pandemia mundial.
O mercado financeiro aponta para novas demissões, e especialistas apontam para o fato de que agora é que passaremos a perceber as consequências financeiras nos mercados e nas empresas. Por outro lado, direcionados por Deus, muitos aprenderam a ser criativos para sobreviver à crise financeira, e estão iniciando este ano com os cintos apertados, mas com suas famílias mais unidas em prol da economia doméstica. E nós, que confiamos no Deus que temos, sabemos que Ele há de suprir as nossas necessidades, honrar a fidelidade dos dizimistas fiéis e prospetar a obra das nossas mãos: Esteja sobre nós a bondade do nosso Deus Soberano. Consolida, para nós, a obra de nossas mãos; consolida a obra de nossas mãos! (Salmos 90.17).
No seio da família muitos são os que adoeceram emocionalmente, desenvolveram depressão, tentaram suicídio, perderam as esperanças. Mas louvamos a Deus porque ele tem o controle da nossa vida, e os planos dele para nós são grandes e profundos, maravilhosos demais para a nossa compreensão. E Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós, a ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. (Efésios 3,20,21).
Na vivência da pandemia, muitos são os que passaram alguns dias em hospitais, assistindo de perto a impotência da medicina face à fragilidade humana diante de um vírus tão minúsculo. Tantos são os que perderam pessoas queridas, e precisam lidar com o a saudade, internalizando a consciência da perda e se adaptando a novos tempos. Afinal, a nossa vida muda depois que perdemos pais e irmãos, como se nossas raizes fossem arrancadas. Quando um cônjuge amigo falece, nada mais será como antes, e teremos que reaprender a andar sozinhos. Perder filhos é uma dor que gera traumas, é contra a natureza da vida, e pais amorosos vão conviver com o vazio deixado por quem já foi.
Toda a vida humana é passageira e tênue, assim como os afetos, os sonhos, as escolhas, a saúde, as amizades, os amores e os projetos de vida. E é por este motivo que devemos nos lembrar constantemente que quem nos criou é o mesmo que nos conhece, a ponto de poder manter nossa racionalidade e sobriedade ao longo desta delicada vida terrena, enquanto nos preparamos para a vida eterna. Deus é o único que, de fato, pode nos ajudar a manter a paz e contentamento em meio a tanta fragilidade: Sim, lembre-se dele, antes que se rompa o cordão de prata, ou se quebre a taça de ouro; antes que o cântaro se despedace junto à fonte, a roda se quebre junto ao poço, o pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu. (Eclesiastes 12.6,7).
Quando as desolações humanas são frequentes, nos lembremos de que Deus possui todo o controle, que ele sustenta o universo, e é a fonte de todo poder e força. Só confiados em Deus é que nossas expectativas serão novas, confiantes e promissoras.
Quando as expectativas terrenas são as piores, as promessas divinas se sobrepõem. Deus será sempre a esperança que precisamos, a alegria que nos motiva, o amor que nos completa!
Elaine Cruz
*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).