Para a vida emocional, especialmente para as pessoas normais, que projetam intentos e finalizam os planos abertos, nada é mais reconfortante do que poder alcançar as metas e poder dizer: concluído!
Jesus declarou isto na cruz quando, antes de expirar, afirmou que tudo estava consumado – ele havia se despido de sua glória, vivenciou a pobre humanidade, habitou entre um povo ingrato, vivenciou um período difícil da história humana, trouxe o Reino de Deus à Terra, e deixou-se morrer pelos nossos pecados pela morte mais humilhante, a morte de cruz. Na cruz ele consumou a obra redentora, orquestrada por Deus desde antes da fundação do mundo, e a partir da sua ressurreição o corpo de Jesus já era um corpo glorioso, a evidência viva da nossa ressurreição futura.
Quando conseguimos finalizar nossos projetos, carreiras ou funções, sentimos um grande alívio, um sentimento de que chegamos no alvo perseguido. Isto pode ocorrer quando alcançamos nossa aposentadoria, concluímos o curso universitário, casamos nossos filhos ou ganhamos um processo na justiça. Podemos nos permitir desfrutar da auto realização, e uma sensação de competência nos invade, pois nada mais pode nos atrasar, nos fazer desistir ou tirar de nós nossas conquistas – sempre alcançadas pela ajuda e direção de Deus!
Por outro lado, enquanto aguardamos o resultado final, vivenciados o difícil período do Já e Ainda Não. E são muitas as vivências destes tempos consecutivos e indefinidos! Na vida física, já chegamos uma idade considerável, mas ainda não alcançamos a maturidade que gostaríamos. Já tomamos todos os cuidados com nossa saúde, mas ainda não podemos descartar a prática de exercícios físicos e de medicamentos. Ou já tomamos a vacina contra covid, mas ainda não estamos isentos de novas reincidências por causa das diversas mutações do coronavírus.
Na vida profissional, já concluímos nossa faculdade, mas ainda não alcançamos o emprego dos sonhos. Já trabalhamos muito, mas ainda não chegamos ao salário almejado. Já estamos cansados, mas a aposentadoria só nos espera daqui a alguns anos!
Na área da família, já namoramos, mas ainda não nos casamos, ou já nos casamos mas ainda não temos filhos, ou já temos filhos, mas eles ainda não estão com a vida pessoal organizada. Podemos já ter um lar, mas ainda não possuir uma casa própria. Ou já temos uma família, mas ela ainda não está completa, pois ainda esperamos e oramos pelos futuros genros, noras e netos!
Quanto à vida pessoal, podemos já ser convertidos, mas ainda não estarmos plenamente satisfeitos com a qualidade das nossas ações. Já alcançamos uma certa idade, mas muitos dos nossos sonhos ainda não se realizaram. Já mantemos nosso cuidado com a beleza ao longo da vida, mas ainda não alcançamos nossa plenitude – ao contrário, as rugas só se multiplicam com o passar dos meses!
Também na vida espiritual, já nascemos de novo, mas ainda não alcançamos a salvação final. Nossa alma já está redimida, mas ainda não atingimos a redenção do nosso corpo mortal e corruptível. Já temos a promessa dos céus, mas ainda não abraçamos definitivamente a eternidade com Deus!
Quantos momentos de Já e Ainda Não! Momentos em que nos sentimos inoperantes, em que nossa ansiedade e preocupação não podem acelerar a passagem do tempo ou a conclusão dos processos vivenciados!
Nestes momentos, sempre presentes em todas as etapas da vida, o que nos cabe fazer é não perder a condução dos processos. Precisamos permanecer firmes e focados nos alvos almejados, atentos a todos os percalços para não perdermos a plenitude da vitória almejada. Assim sendo, mantemos o cuidado com a saúde, enquanto cuidamos da família e dos filhos, permanecendo amando nosso cônjuge, ao mesmo tempo em que nos dedicamos a uma vida pessoal e espiritual mais plena e próxima de Deus.
Não podemos parar, cruzar os braços, ou desistir do esforço diário para manter nossa família unida, nosso casamento feliz, nossa profissão e nossa vida devocional abençoada. Você já conquistou o Já, e não pode desistir enquanto Ainda Não alcançou a plenitude do que espera.
Lembre-se sempre de que, com Deus, muitas de nossas metas serão alcançadas, enquanto as mais importantes estarão completas quando formos arrebatados ou morrermos com Cristo. Portanto, que façamos das palavras do salmista a nossa oração diária: Sustenta-me, segundo a tua promessa, e eu viverei; não permitas que se frustrem as minhas esperanças. (Salmos 119.116).
Elaine Cruz
*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).