Nos últimos dias acordamos com as notícias, em diferentes meios sociais, sobre a volta ao poder do grupo extremista político-religioso, conhecido por Talibã, no Afeganistão, especialmente com a tomada da capital Cabul. Este grupo havia sido retirado do poder em 2001, quando os Estados Unidos ocuparam o país em resposta aos atentados de 11 de Setembro, e sempre foram conhecidos por seus atos violentos.
Com a globalização e a facilidade das redes sociais, tivemos acesso a imagens aterrorizantes, muitas que me fizeram chorar, como milhares de pessoas correndo para tentar sair de Cabul, muitas agarradas a asas e trens de pouso de um avião, caindo no chão após a decolagem. Vídeos e notícias chegaram sobre perseguição a missionários, e até mesmo informando sobre a intenção de que todas as meninas com mais de quinze anos, ainda não casadas, seriam entregues a soldados do Talibã para gerarem mais filhos para o movimento. Há ainda cenas chocantes, como pessoas que tiveram que abandonar tudo o que tinham, inclusive os membros mais velhos da família, que não podiam correr ou caminhar até as fronteiras do país; ou um homem do Talibã atirando a sangue frio na cabeça de uma mulher ajoelhada, pois ela não estava apropriadamente coberta com a burca!
Por mais que o discurso do grupo que tomou o poder no Afeganistão esteja sendo moderado, mesmo após todo o horror noticiado, sabemos que os tempos serão de muita perseguição e morte para os evangélicos daquele país. E é então que uma dor nos assola: as portas para as missões estão fechadas, e muitos irmãos nossos, que conseguirem escapar da matança, colocarão a vida em risco ao pregarem para que outros se convertam ao Evangelho.
A palavra conversão pode significar mudança de direção, transformação, permutação, alteração, modificação, comutação, transmigração, metamorfose, entre outros sinônimos. É uma palavra que usamos muito no meio evangélico para indicar o novo nascimento em Jesus Cristo, e que entendemos perfeitamente quando a utilizamos para testemunhar sobre o antes e o depois da conversa à fé evangélica.
Na vida cotidiana, passamos também por diversos momentos de conversão, ou mudanças de direção, quando as coisas mudam, lentamente ou subitamente. Um novo filho promove uma profunda mudança na vida cotidiana de um casal, assim como a adolescência altera as visões de mundo, pois começamos a pensar a transição da infância para a vida adulta. Uma mudança de cidade provoca novas rotas e amizades, o casamento ajusta nossos padrões de comportamento ao do cônjuge, e a conversão ao Evangelho precisa transformar quem somos.
No caso do Afeganistão, o país está vivendo uma mudança de direção em seu governo. Novas regras e leis, políticas e religiosas serão impostas ao povo. Certamente as mídias sociais serão filtradas, e não saberemos mais os detalhes sobre as transmigrações ou transformações que ocorrerão na vida social do país – é mais um pedaço do mundo tomado por religiões que proíbem o homem de cultuar e se converter ao único e verdadeiro Deus!
Quantos evangélicos serão mortos? Quantos são os já convertidos? Quantas mães vão chorar por verem suas filhas sendo usadas sexualmente por homens maus? Quantos missionários vão ser decapitados no Afeganistão (como já aconteceu em outros países) por pregarem o Evangelho? Quantas pessoas ainda vão abraçar o Evangelho no meio da perseguição?
Não sabemos as respostas para estas perguntas – só Deus sabe!
O que sabemos é que os sinais da volta de Jesus estão se cumprindo. O mundo está se convertendo a ideologias extremamente perigosas e antibíblicas, e até mesmo a Igreja tem vivenciado uma metamorfose teológica preocupante. Assim sendo, oremos pelo Afeganistão, e também pelo Brasil, onde também temos vivido momentos difíceis, visando convergir nosso país para longe de Deus.
Meu desejo é que todas as conversões na nossa vida, em todas as áreas, nos aproxime ainda mais de Deus – por mais que o mundo à nossa volta sofra mudanças de direções, que estejamos profundamente convertidos e arraigados ao Evangelho da Cruz de Cristo!
Elaine Cruz
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