Algumas pessoas passam a vida escolhendo a infelicidade. Foram criados em lares hostis, com pais ausentes e frios, e descobriram muito cedo que a vida não é justa, e muito menos cor de rosa.
Cônjuges podem trair, ferir, deixar de amar e morrer. Os filhos vão embora, seguem suas vidas e constroem suas famílias. As amizades não são eternas, e todas nos decepcionam. Por mais próspera que seja a conta bancária, o dinheiro não pode comprar afeto, saúde, sorrisos ou sono. Objetos bonitos ficam velhos, coisas caras se desvalorizam, objetos valorosos não aquecem a alma ou abraçam o corpo na noite fria e triste.
A verdade é que, se não decidirmos romper com dores e memórias, todos nós teremos motivos para a infelicidade. Alguns pais são simpáticos e permissivos com os de fora, mas muito rígidos e críticos com seus filhos – como se elogios estragassem a fibra moral dos filhos. Muitos deles cresceram em ambientes frios e hostis, e não sabem alterar o modelo que assimilaram. Outros, simplesmente, mesmo quando dizemos o quanto a frieza deles nos fere, não conseguem ou querem mudar.
Há mães que sempre disputaram com suas filhas, e que se relacionam com elas sempre na base da indiferença ou visando diminuí-las. Você cresceu ouvindo da sua mãe que você era muito magra, gorda, feia, burra, lerda, preguiçosa ou imprestável? Mesmo agora, já casada e com filhos, se vai visitá-la, ainda escuta que você não sabe criar os filhos, ou que ainda não aprendeu a cozinhar? Já ouviu algo como "não sei como seu marido não vai embora" ou “não sei como sei marido a aguenta”?
Saiba que algumas pessoas são difíceis. Outras são completamente insatisfeitas consigo mesmas, sempre complicando a vida dos que as cercam. E ainda há pessoas que são tão infelizes, que não fazem o mínimo esforço para tornar a nossa vida mais agradável.
Contudo, o problema não está, necessariamente, nas pessoas. Por mais que elas estejam erradas, precisem ser amadas e ajudadas, e muitas vezes tratadas espiritual e psicologicamente. O nosso problema começa quando dependemos do afeto ou da mudança delas para sermos felizes.
Quando somos crianças, e sofremos desamor ou abandono de pais e avós, não conseguimos compreender aonde estará o escape para a nossa dor. Mas crescemos, e nos conscientizamos de que não temos culpa pelos sentimentos nutridos pelos outros. Percebemos que não precisamos repetir e nem copiar o comportamento alheio. Devemos amar sendo odiados, podemos acreditar quando cercados de medos, conseguimos acertar rodeados de pessoas que fizeram escolhas erradas, e nos ensinaram com sua dor a como não cometer os mesmos erros.
Na verdade, sempre que um cônjuge, um filho, uma amizade, uma conta bancária ou objetos forem mais importantes do que Deus, nós seremos infelizes.
Quando nos sentimos incompletos, desprezados e mal amados, precisamos matar nossa fome e sede da alma em Deus. Ele sempre retribui nosso afeto de forma incomensurável: Ó Deus, tu és o meu Deus, eu te busco intensamente; a minha alma tem sede de ti! Todo o meu ser anseia por ti, numa terra seca, exausta e sem água. A minha alma ficará satisfeita como de rico banquete. (Salmos 63.1,5 NVI); Então Jesus declarou: "Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede. (João 6.35 NVI)
Quando estamos supridos pelo amor de Deus, as pessoas podem nos ferir, podem nos trair e nos machucar a alma. Mas elas só alteram nossa felicidade interior, fruto da ação e conforto divino em nós, se nós permitirmos.
Portanto, por mais difícil que seja o seu passado, ou até mesmo o seu presente, mantenha-se firme em Deus, contando com suas promessas, agarrado ao seu maravilhoso amor.
Elaine Cruz
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