A cultura pode ser definida como toda a complexa gama de comportamentos, tradições e conhecimentos de um determinado grupo social. A cultura é ampla, mas também regional, e inclui a língua, as comidas típicas, as religiões, a música, as artes, as vestimentas, os costumes e hábitos, dentre inúmeros outros aspectos.
Temos a cultura do nordeste e do sudeste, a cultura brasileira e portuguesa, a cultura do século passado e a atual. Do ponto de vista bíblico, a leitura das Escrituras nos mostra diferenças entre a cultura dominante nos diferentes pelos bíblicos, como na época patriarcal ou no pós cativeiro babilônico, bem como a cultura diferenciada existente nos tempos do Velho e no Novo Testamento.
Nascemos inseridos em uma cultura, que foi construída ao longo de séculos, perpassando nossos antepassados. Entretanto, como a cultura é dinâmica, cada geração amplia ou modifica os padrões e conceitos já existentes, repassando para seus filhos as regras culturais já assimiladas, enquanto eles próprios vão reformulando muitos dos conceitos internalizados.
Como a humanidade reforma a cultura constantemente, é obvio que há uma série de conceitos e valores bíblicos, ditados por Deus na sua Palavra que, ao longo dos séculos, foram sendo desvirtuados ou negados. Hoje em dia, com a globalização, a internet e a aceleração de produções midiáticas, o que temos visto é uma constante desconstrução da boa cultura, uma desvalorização dos valores e conceitos básicos para uma sociedade saudável.
A cultura familiar tem sido atingida em sua cerne: casamentos são desvalorizados, o sexo é banalizado, a autoridade parental está sendo diluída, a construção dos gêneros sexuais está em expansão, os afetos se esfriaram, e o respeito entre os familiares foi perdido, pois as crianças não aceitam mais receber ordens!?
Nos nossos dias, muitas são as chamadas produções culturais, como filmes, peças teatrais, desenhos animados, jogos e videos para plataformas digitais. Infelizmente, a grande maioria delas, que está a uma tecla do celular, se prestam a desvirtuar ainda mais os valores morais, tornando explicita a violência, a sexualidade gratuita e a banalização da vida.
O tema da morte cresce assustadoramente em vídeos, séries e filmes. A cultura do “eu mando no meu corpo e sou dono do meu nariz” invade os posts para adolescentes. Muitos adultos estão sendo infantilizados pelos chamados influenciadores digitais, que vendem auto ajuda barata, quando muitos deles têm uma vida pessoal deplorável e/ou pecaminosa. Músicas colam em nossas memórias como chiclete, mas transmitem valores, ideologias e conceitos extremamente perigosos e anti bíblicos.
Se não podemos viver sem cultura, precisamos, pelo menos, analisar as produções culturais que nos envolvem. Devemos evitar consumir o que pode contaminar a nossa alma, nos fazendo desviar da fé evangélica, e isto implica não assistir a maioria das produções existentes na atualidade, incluindo músicas, filmes e plataformas digitais!
Assim sendo, acompanhe as mídias assistidas por seus filhos, com atenção redobrada para os conteúdos de desenhos e filmetes, como os famosos anime. Tenha um olhar mais crítico para as pessoas, mesmo ditas evangélicas, que você assiste ou segue nas redes sociais, em reels ou no tiktok. Leia bem as resenhas dos livros e assista com atenção aos trailers dos filmes. Tenha muita atenção às ideologias e conteúdos subliminares, muitos discretamente disseminados, mas que visam alterar a percepção de pecados e erros.
Precisamos repensar também nosso papel na cultura em que estamos inseridos, influenciando mais do que somos influenciados. Precisamos manter nossa salinidade, primando na qualidade da carta a ser conhecida por todos, pois todos os dias todas as pessoas ao nosso redor estão “lendo” o nosso exemplo, bom ou mau. Paulo, escreveu: “Vós sois a nossa carta… conhecida e lida por todos os homens” (II Coríntios 3.2).
Sempre estaremos rodeados por uma “grande nuvem de testemunhas” (Hebreus 12.1), e nossa tarefa é influenciar todos para a busca do genuíno evangelho, a começar em nós e em nossos lares. Precisamos reafirmar os conceitos e valores bíblicos para nossos filhos, incutindo neles as regras e parâmetros para que possam avaliar a avalanche de informações que recebem cotidianamente. A Bíblia sempre será nossa régua de medir, nosso prumo, nossa bússola!
Elaine Cruz
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