Por todos os anos da minha vida eu frequentei reuniões de Consagração – períodos do dia, pela manhã ou a tarde, em que íamos à igreja para cantar, ouvir testemunhos e orar. Era um culto diferenciado, muitas vezes também chamado de Círculo de Oração. E quantas bençãos eu recebi nestas consagrações.
Hoje eu ainda amo reuniões de oração, em que reunimos a igreja para cantar, testemunhar, orar e buscar revestimento divino. Podemos chamar de vigílias (quando acontecem pela madrugada) ou de cultos de oração, mas sempre envolvem consagração.
Biblicamente, a palavra consagrar significa separar, dedicar algo a Deus. No Velho Testamento, lemos sobre a consagração de objetos para serem usados no serviço a Deus, de ofertas dedicadas ao Senhor, e de dias e festas separadas para o culto. Há também consagração de reis, profetas e sacerdotes, e famílias inteiras, como as dos levitas, descendentes da família de Arão, foram consagradas ao Senhor.
No Novo Testamento, o apóstolo Paulo, ao ressaltar a prioridade dos solteiros se dedicarem a Deus, afirma: Estou dizendo isso para o próprio bem de vocês; não para lhes impor restrições, mas para que vocês possam viver de maneira correta, em plena consagração ao Senhor. (1 Coríntios 7.35). Afinal, a Igreja é separada para Deus, consagrada ao Senhor, propriedade de Deus: Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. (1 Pedro 2.9).
Precisamos compreender que a nossa consagração a Deus vai muito além de algumas horas semanais que passamos em uma reunião conjunta de oração – por mais proveitosa que esta seja para a nossa vida pessoal e espiritual. Nossa consagração é contínua, precisa ser um modo de viver, um estado permanente de devoção e entrega.
Assim sendo, devemos consagrar a Deus cada dia que vivemos, de modo que tudo o que fizermos, cada atividade cotidiana, seja para honra e glória do Nome DEle. Em todas as reuniões de trabalho, nossa atitude deve condizer com nossa vida cristã. Cada conversa informal que tivermos, no metrô, no supermercado ou no espaço de trabalho, deve dignificar o nome do nosso Salvador.
Nossas palavras e nossos cânticos precisam ser dignos de uma pessoa que adora a Deus. Nossos atos, sentimentos e pensamentos devem ser consagrados a Deus. E quando consagramos os nossos filhos a Deus, devemos separá-los de todas as influências mundanas, que visam tirar eles do caminho de Deus, desde quando são bebês: programas televisivos, aplicativos de celular, jogos e canais midiáticos precisam ser selecionados, de modo que eles possam permanecer separados, santificados, consagrados para Deus.
Há muitos que querem bençãos, mas que não querem ser bençãos. Outros colecionam "profecias" como colecionam pecados de estimação. Enganam-se, pois no caminho estreito não há permissividade, não há atalhos e pseudo-verdades. Ninguém verá a Deus sem santificação!
Reuniões de oração visando conduzir o povo ao arrependimento e oração, estimulando a proximidade com os mandamentos divinos, sempre serão importantes. Mas não podem servir de desculpas, ou como espaço para aliviar a consciência, para quem, de fato, não deseja mudar sua vida, consagrando espírito, alma e corpo para Deus.
A Bíblia afirma: E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. (1 Tessalonicenses 5.23). Portanto, não basta reservar um dia da semana para visitar uma reunião de consagração.
Toda a nossa vida precisa ser uma consagração!
Elaine Cruz
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