Há coisas que são difíceis de serem vivenciadas, como a morte de pessoas que amamos, a distância que nos separa dos ente queridos, ou a dor do fracasso de um casamento que acaba em divórcio.
Há outras que nos irritam, a ponto de nos causar revolta, como um grande engarrafamento que nos faz perder um compromisso importante, uma morosidade nos serviços que necessitamos serem prestados, ou a frieza com que muitos roubam pertencem ou até tiram a vida alheia.
Ainda há os fatos que nos machucam, como calúnias que visam denegrir nossa inocência, a ingratidão daqueles a quem nos dedicamos por anos, ou a indiferença ou desamor como decisão de quem esperamos afeto ou consideração.
Dentre tantas situações complexas e dolorosas, há uma que eu gostaria de enfatizar hoje, que tantas vezes nos faz pensar na impotência da espera silenciosa pela retidão: a questão das injustiças que sofremos ou da justiça que ansiamos enxergar.
É bastante difícil encarar situações injustas. A injustiça não provém de Deus, pois nosso Deus não tem prazer na injustiça: Tu não és um Deus que tenha prazer na injustiça; contigo o mal não pode habitar. (Salmo 5.4); Deus "retribuirá a cada um conforme o seu procedimento". Ele dará vida eterna aos que, persistindo em fazer o bem, buscam glória, honra e imortalidade. Mas haverá ira e indignação para os que são egoístas, que rejeitam a verdade e seguem a injustiça. (Romanos 2.6-8)
Todos nós lidamos com injustiças. Injustiças sociais, que se desdobram em má distribuição de renda e de privilégios, favorecendo alguns em detrimento de outros, com poucos enriquecendo às custas da injustiça praticada contra muitos. A Bíblia já nos adverte que O Senhor repudia balanças desonestas (Provébios 11.1); O homem que obtém riquezas por meios injustos é como a perdiz que choca ovos que não pôs. Quando a metade da sua vida tiver passado, elas o abandonarão, e, no final, ele se revelará um tolo. (Jeremias 17.11); Neste assunto, ninguém prejudique seu irmão nem dele se aproveite. O Senhor castigará todas essas práticas, como já dissemos e asseguramos. (1 Tessalonicensses 4.6).
Deus é justo. Ele é o Deus que nos faz justiça, quando erramos e/ou quando sofremos consequências injustas das ações de outras pessoas. Portanto, quando pensamos na justiça divina, precisamos primeiro sermos considerados justos diante dele, pois só Ele perscruta nossos motivos por trás das nossas más ou boas ações. Não nos escondemos de Deus, e nossos atos justos são como panos de imundícia (usados para limpar fezes) diante dele, pois só somos justificados mediante o sangue de Jesus.
Quando erramos, quando agimos injustamente, recebemos a consequências da nossa injustiça: Quem semeia a injustiça colhe a maldade; o castigo da sua arrogância será completo. (Provérbios 22.8); Quem cometer injustiça receberá de volta injustiça, e não haverá exceção para ninguém. (Colossenses 3.25). E é por este motivo que a Bíblia afirma que É melhor ter pouco com retidão do que muito com injustiça. (Provérbios 16.8).
Por outro lado, quando somos injustiçados, Deus fará justiça a nosso favor. Ele é a nossa justiça, aquele que julga os nossos inimigos (como faz conosco também) e, no seu tempo, fará com que gozemos da satisfação advinda da justiça que esperamos acontecer. Enquanto isto, ele nos esconde no seu refúgio, na fortaleza das rochas, e nada nos faltará: Aquele que anda corretamente e fala o que é reto, que recusa o lucro injusto, cuja mão não aceita suborno, que tapa os ouvidos para as tramas de assassinatos e fecha os olhos para não contemplar o mal, é esse o homem que habitará nas alturas; seu refúgio será a fortaleza das rochas; terá suprimento de pão e água não lhe faltará. (Isaías 33.15-16). Se você está esperando pela falha justiça terrena, anseie antes pela justiça divina.
Se você está sendo esmagado por injustiças, seja no seio da sua parentela, no espaço de trabalho ou até mesmo na igreja que frequenta, lembre-se de Jó, de José e de Jesus (dentre tantos outros), e aguarde pela justiça que virá: Mas para vocês que reverenciam o meu nome, o sol da justiça se levantará trazendo cura em suas asas. (Malaquias 4.2)
Durante as noites escuras e injustas que vivenciamos, vamos esperar a cura, com fé e contentamento, pois breve haverá de raiar o sol da justiça!
Elaine Cruz
*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).