Nós temos uma estrutura emocional que contempla as mesmas emoções. Todos vivenciamos tristezas, alegrias, surpresas e medos.
O que nos distingue uns dos outros é o exercício e o controle das emoções. Uns se deixam levar pelas emoções, sem usar o filtro do bom senso e da racionalidade, e acabam colhendo consequências desastrosas.
Outros sufocam as emoções, não expressam nem mesmo o que sentem para as pessoas com quem convivem, amando ou sofrendo em silêncio. Por vezes, implodem: desenvolvem doenças psicossomáticas, fruto de mágoas e lembranças que vão definhando os afetos e destruindo os relacionamentos.
A Bíblia, sempre maravilhosa, por ser a Palavra de Deus, é sempre verdadeira e atual. Muitos textos ressaltam as emoções dos personagens bíblicos, evidenciando que tiveram medo, tristeza, dúvidas, inveja, desejo de morrer, angústia e amor, dentre outras. Contudo, por mais que descreva as emoções humanas, a Bíblia também declara que “Cada coração conhece a sua própria amargura, e não há quem possa partilhar sua alegria.” (Provérbios 14:10).
Cada pessoa conhece a exatidão da dor que sofre. Vivencia a amargura e a alegria em dosagens que só ela pode mensurar. E por mais que fale do seu sofrimento, o sofrer é íntimo, pessoal e particular.
O mesmo acontece com a alegria. Podemos rir, gargalhar, chorar de alegria, festejar uma vitória, mas o gosto da conquista e o contentamento das bençãos recebidas é só nosso - e só Deus, que conhece o nosso interior e nossas intenções, é que pode mensurar exatamente o que sentimos ou pensamos.
Mesmo não podendo sentir exatamente a dor e partilhar a alegria dos outros, ainda assim precisamos ser solidários. Afinal, a Bíblia afirma: “Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram.” (Romanos 12:15 ).
Assim sendo, precisamos escolher muito bem com quem partilhamos nossas vivências, preferenciando os que nos amam, nossas famílias, e os que acompanham nossa jornada na fé evangélica. Mas necessitamos contar as bençãos, compartilhar as alegrias, e ter pelo menos uma pessoa em quem podemos confiar para orar e nos ajudar nos momentos difíceis da vida.
Jesus amava, sorria, chorava, conversava, e muitas vezes abriu seu coração com seus discípulos. No Getsêmani, quando profundamente angustiado, ele declarou: “Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui e vigiai comigo.” (Mateus 26:38). Ele pediu apoio, expressou seus sentimentos e enfatizou sua dor.
Precisamos orar e chorar quando tristes, rir e cantar quando estivermos alegres: “Entre vocês há alguém que está sofrendo? Que ele ore. Há alguém que se sente feliz? Que ele cante louvores.” (Tiago 5:13). E a ordem bíblica é que possamos repetir e compartilhar, com sabedoria, nossas vivências, de modo a nos alegrarmos com os que se alegram, chorar com os que choram, e orar uns pelos outros para sermos curados (Tiago 5.16).
Elaine Cruz
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