Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

Oferecendo a outra face

No decorrer do ministério de Jesus, bem como ao longo dos séculos, os judeus se questionam sobre a relação de Jesus com a Lei mosaica. Contudo, de modo a não ser acusado injustamente de quebrar a Lei, o próprio Jesus adverte que ele não veio para abolir a Lei, mas para cumpri-la. (Mateus 5.17-20).

Na verdade, na Nova Aliança prescrita por Jesus, muitos dos mandamentos dados por Deus a Moisés foram ampliados, tornando-se ainda mais complexos e difíceis de serem seguidos: se antes o adultério era evidenciado por atos, agora qualquer um que olhar para uma mulher e desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. (Mateus 5.28).

Se antes a Lei prescrevia “olho por olho e dente por dente”, Jesus afirma que nas novas regras do Reino se alguém quiser processá-lo e tirar de você a túnica, deixe que leve também a capa. Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas. (Mateus 5.40,41).

No mesmo sermão do monte, quando Jesus fala sobre vingança, não é fácil ler que devemos oferecer a outra face aos que nos ferem: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra. (Mateus 5.39).

Na época, para os judeus que esperavam por um messias que os livrassem do jugo romano, as palavras de Jesus iam de encontro às aspirações da nação. Mas, ainda hoje, séculos depois, muitos não conseguem considerar as palavras do Mestre. Afinal, a regra de “olho por olho, dente por dente” nos parece bem mais interessante. Afinal, por que não responder à altura? Por que não devolver a afronta? Qual o problema de responder ao outro conforme o que ele merece?

Jesus declara que não devemos resistir ao mau. Não devemos resistir ao perverso, visando vingança ou dar o troco na mesma moeda. Isto não é fácil, mas implica não retrucar em resposta a uma provocação em um almoço de trabalho ou com a parentela. Ou não devolver uma indireta ou um desrespeito, mesmo que estejamos sendo injustiçados por pessoas ímpias, que estejam sedentas por uma boa briga ou troca de insultos.

O silêncio pode ser a melhor resposta para evitar brigas familiares que podem durar anos. Ignorar a afronta, mesmo que depois tenhamos que chorar sozinhos, é certamente a melhor opção para não rompermos definitivamente com o fiapo de afeto que alguém nos oferece.

Jesus fala literalmente para oferecermos a outra face a quem nos fere. E ele não estava usando de uma linguagem metafórica, não estava dizendo uma coisa e aludindo a outra – ele declara que devemos oferecer a face ainda não machucada. O profeta Jeremias já havia escrito: Ofereça o rosto a quem o quer ferir, e engula a desonra. (Lamentações 3.30). E ele próprio, nosso Senhor Jesus, absolutamente inocente e justo, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. (Hebreus 12.2).

Jesus sabia o que lhe aguardava. Ele sabia que seria insultado pela humanidade criada por ele. Mas decidiu ser servo, se permitiu ser humilhado pelos homens, pois sabia que a honra viria do Pai.

De forma semelhante, peça graça a Deus para suportar calúnias. É claro que há momentos em que nos defendemos, mas muitos são os momentos em que só ouvimos, e pedimos para Deus nos fazer justiça. Quantas vezes nos posicionamos frente ao pecado, e somos mal compreendidos! E tantas outras vezes, tal como Davi, simplesmente cantamos e oramos, esperando o tempo de Deus responder em nosso lugar!

Nossa tarefa sempre será pregar com nossas atitudes, dar o melhor testemunho possível a todos que nos conhecem, e defender o evangelho que cremos e vivenciamos. Precisamos criar nossos filhos no Caminho com firmeza, amar a parentela incrédula, e viver em paz com todos os que pudermos. Entretanto, quando nada mais pudermos fazer, percebendo que o melhor é estar em silêncio, precisamos buscar a humildade que vem de Deus enquanto a resposta Dele não chega!

Portanto, não entre em discussões desnecessárias, não afronte o afrontador, não oprima o opressor e não devolva mal para quem é maligno.

Lembre-se: Deus defende o seu Nome. Deus defende seu Reino. Deus defende seus filhos.

elaine

Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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