Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

Atraídos por…Negócios

Vivemos em um tempo definido pelo sucesso. E para a obtenção do sucesso é esperado o excesso de trabalho e esforço sobre-humano para a execução das metas propostas. Nesta perspectiva, ter tempo livre se tornou um sinal de preguiça, e ser workaholic se tornou uma virtude – dando início a mais uma síndrome do século 21: a síndrome do "estar ocupado" ou Síndrome dos negócios.

Todos estamos envolvidos por muitos negócios: as grandes cidades não dormem, e suas lojas abrem por um tempo maior, especialmente depois do expediente comercial. Os bancos, hipermercados e drogarias funcionam vinte quatro horas por dia, e ser produtivo se tornou um elogio ansiado por muitas pessoas.

Deste feita, muitos são os que não conseguem diminuir o ritmo do trabalho, das ocupações ou dos afazeres, mesmo os que incluem lazer ou atividade física. Há os que não conseguem dizer não para novos deveres, sempre buscando se ocupar e não descansar, prejudicando a alimentação e o sono.

Se não tomarmos cuidado, sem nos darmos conta, checamos nossos e-mails em nossos smartphone, ou entramos na internet, sempre que temos um tempo livre, apesar de não precisarmos de notícias novas. Há pessoas que nem mesmo conseguem fazer uma refeição sem assistir televisão enquanto comem, ou ir ao banheiro sem um celular nas mãos.

Infelizmente, a fim de evitar a sensação de culpa causada por não fazer nada, corremos o risco de maximizar nossas ações, sem de fato nos tornarmos mais efetivos. Agimos por impulso, fazemos negócios e procuramos atividades para não estarmos parados, mas cada vez mais controlamos menos as urgências e prioridades das nossas ações. Nos tornamos ativistas, desenfreados, sempre à procura de novos negócios, mas sem direção ou metas claras de onde queremos estar ou chegar – e isto vale para nossas vidas profissionais, relacionais e espirituais, pois cada vez mais estamos mais ansiosos para esperar o tempo de Deus agir.

Se Deus, que não se cansa, descansou da obra da sua criação, por que nós estamos nos sentindo culpados por descansar? Desde quando estar com a família, ou reservar um dia para sair e aproveitar o seu casamento, se tornou secundário? Será que não percebemos o quanto a correria da nossa vida tem custado caro à nossa saúde, e à nossa vida familiar e espiritual?

A corrida para o sucesso, que leva ao envolvimento constante em negócios, de tal modo a não podermos parar para descansar, está fazendo com que muitos se viciem no medo de que não é bom o suficiente, no medo do tédio, e no receio de que está fora da corrida do sucesso – e nestes casos o sucesso, que causa a hiper ocupação e o comprometimento da saúde e do sono, já se tornou tóxico, adoecendo o corpo e a alma.

É claro que precisamos trabalhar, e projetar a vida profissional é um dever que nos realiza social e pessoalmente. Contudo, qual é o preço que esta sendo pago? O êxito nos negócios compensa a destruição do lar, o afastamento dos filhos, os divórcios, e a ausência aos cultos da igreja que frequentamos?

Todos nós sabemos quando exageramos, e se não percebemos, aqueles que nos amam chamam nossa atenção, utilizando frases como: Você esta precisando descansar, Você anda muito irritadiço e tenso. Durma amanhã  até mais tarde. Vá para a cama mais cedo para dormir melhor. Vamos tirar as feridas que estão sendo negligenciadas. Nossos filhos precisam ver você em casa. Nossas crianças precisam brincar com os pais enquanto são pequenos. Você está trabalhando cada vez menos na Casa de Deus!

Voltemos à Bíblia. Precisamos fazer tudo ordem e decência. Necessitamos ter prioridades e saber quando parar para descansar das nossas ocupações  e preocupações: Entregue suas preocupações ao Senhor, e ele o susterá; jamais permitirá que o justo venha a cair. (Salmos 55.22).

Trabalhe. Se ocupe. Faça negócios, mas organize suas prioridades e seu tempo para aproveitar todas as bençãos de Deus na sua vida, inclusive sua família. Lembre-se do texto bíblico: Portanto, vá, coma com prazer a sua comida, e beba o seu vinho de coração alegre, pois Deus já se agradou do que você faz. Esteja sempre vestido com roupas de festa, e unja sempre a sua cabeça com óleo. Desfrute a vida com a mulher a quem você ama, todos os dias desta vida sem sentido que Deus dá a você debaixo do sol; todos os seus dias sem sentido! Pois essa é a sua recompensa na vida pelo seu árduo trabalho debaixo do sol. (Eclesiastes 9.7-9).

Por fim, precisamos refletir sobre uma das mais belas passagens bíblicas sobre o tempo e o trabalho: Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar, tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, tempo de abraçar e tempo de se conter, tempo de procurar e tempo de desistir, tempo de guardar e tempo de lançar fora, tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de falar, tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz. O que ganha o trabalhador com todo o seu esforço? (Eclesiastes 3.1-9).

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Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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