Temos acompanhado o desenrolar de guerras e rumores de guerras ao longo do planeta, e em especial todos temos recebido os relatos sobre a guerra em Israel. Assistimos imagens fortes de bebês degolados, de crianças acondicionadas em jaulas como animais, de mulheres sangrando pós estupro. Vídeos mostram pessoas desesperadas com mísseis cortando os céus, e são assustadores os olhares de famílias refugiadas em abrigos, temendo o pior desfecho para a situação.
Como evangélicos, conhecemos a aliança de Deus com Abraão, a promessa renovada com sua descendência, bem como a história de Israel. Sabemos que Jesus era descendente de Jacó, que teve seu nome mudado pelo próprio Deus para Israel.
Jesus morou na Galiléia, peregrinou pelo território de Israel, morreu em Jerusalém, cumpriu toda a Lei, e inaugurou uma nova Aliança. Aprendemos, assim, a amar Israel, mesmos cientes de que a Igreja é o verdadeiro povo de Deus na terra hoje.
Os judeus viveram cerca de dois mil anos sem pátria, mas ao longo dos anos mantiveram sua cultura e a religião judaica. E ainda assim, por mais aguerrido que seja o povo judeu, é triste observar o quanto este povo vem sendo massacrado ao longo dos séculos, a exemplo do Holocausto, que exterminou cerca de seis milhões de judeus, sendo que muitos morreram anonimamente em campos de concentração.
Hoje, com celulares nas mãos, os registros de tantos sofrimentos são acessíveis. As imagens chegam em nossos aparelhos e computadores, que vivenciamos as dores e a agonia deste povo. E por mais que as imagens e os bombardeios afetem nosso sono, a grande maioria de nós está orando de longe.
Como psicóloga tenho acompanhado algumas pessoas que vivenciam este conflito mais de perto. Avós que estão com seus netos no exército de Israel, mães cujos filhos moram em Israel, e familiares e amigos de jovens que foram mortos ou que estão desaparecidos. Todos trazem relatos impressionantes e dores intensas, além de um assombro crescente.
Sobre este assombro eu também compactuo. Paulo afirma que os homens “… tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre.” (Romanos 1:21-23, 25).
Me assombro ao ver o quanto as pessoas se tornaram desumanas, torturando mulheres, usando idosos e crianças como escudo, matando com prazer. Assistimos vídeos em que homens gargalham satisfeitos ao mostrarem imagens de massacres de civis inocentes. E muitos vídeos na Europa mostram mulheres maduras, segurando as mãos de seus filhos enquanto se dizem orgulhosas pelos massacres realizados por terroristas.
Tudo isto ressalta que a consciência humana está cada vez mais cauterizada pelo pecado. A maldade está se ampliando, e a dureza dos corações só aumenta. As pessoas assistem vídeos sem se importarem com a dor alheia, e são muitos os que ainda se alegram com o sofrimento alheio. São homens fúteis, insensatos e com coração obscurecido.
As dores da guerra provocam cicatrizes no corpo e na alma. Mutilam gerações inteiras e marcam famílias ao longo do planeta. E o que nos cabe fazer é orar pela paz de Israel, clamar por aqueles que sofrem, anunciar Jesus aos perdidos, e olhar com atenção para a figueira!
Elaine Cruz
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