As pesquisas mostram que as mulheres cuidam mais da saúde do que os homens. Como temos grande variação hormonal, e vivenciamos questões específicas, como a gravidez, por exemplo, precisamos redobrar nossos acompanhamentos médicos. Os homens, na sua maioria, têm resistência para procurar médicos. E, por este motivo, o mês de Novembro, chamado de Novembro Azul, é dedicado à saúde masculina, e foi especialmente formulado para que haja uma investigação sobre o câncer de próstata, que afeta mais de 28% da população masculina.
Dados recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca), contam que só no Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata. Por esta razão, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco (como obesidade e histórico familiar), ou 50 anos sem estes fatore s, devem fazer o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico), e ir ao urologista para realizar o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos.
Sabemos que estamos sujeitos a doenças, que fatores genéticos herdados são relevantes, e que a proximidade da velhice interfere bastante na nossa vida física, pois colhemos os frutos dos nossos cuidados, bem como da nossa negligência, com nossa saúde ao longo da juventude e início da vida adulta. Contudo, o que mais nos adoece hoje em dia é reflexo da carga de estresse que acumulamos.
A vida adulta traz a independência emocional e financeira, buscada com muito trabalho e afinco, mas que nos cobra disciplina e habilidades emocionais e intelectuais. Concomitantemente, ainda vivenciamos nossos dramas pessoais, superamos nossos limites, e somos afetados pelas atitudes de quem amamos. Isto sem mencionar crises financeiras, desmandos políticos e a progressão da violência.
O estresse pode ser definido como o estado de alerta que o organismo deflagra ao se deparar com uma situação que requeira mais esforço ou concentração. Pode ser considerado positivo quando é momentâneo, mantendo o cérebro em alerta, estimulado e ativo. Isto acontece quando, por exemplo, um professor questiona um aluno, ou quando uma mãe ouve seu bebê chorando – a mãe entra em estresse para responder ao que ele precisa, e se acalma depois da situação contornada.
Entretanto, os eventos estressantes e frequentes do cotidiano, por estimularem por tanto tempo o cérebro, podem causar um desequilíbrio químico, o que prejudica o funcionamento perfeito do organismo. O hormônio cortisol controla nosso biorritmo, reduz nossas inflamações e estimula nossa imunidade, mas sua produção fica diminuída quando a pessoa está sob estresse. Esta variação bioquímica faz com que nosso corpo entenda que não pode mais descansar – é como se não houvesse mais diferença entre dia e noite, o estado de alerta se torna constante, e a pessoa mantém-se estressada pois sua mente não descansa.
Assim sendo, o estresse faz mal quando não se justifica, quando há excesso de trabalho e de responsabilidade, ou muita aflição na resolução de um conflito que se prolonga mais tempo que o necessário. E quando não conseguimos diminuir as ocupações, dando uma pausa no estresse, alguns sintomas e doenças podem aflorar, como: fadiga crônica, dores musculares constantes, Insônia, Depressão, Obesidade, Inflamações corporais, Fibromialgia, Câncer, Aumento do risco de enfartes, AVC e trombose, por exemplo.
Além de comprometer a saúde física, o estresse compromete também a saúde mental e emocional, gerando irritabilidade e ansiedade.
Qualquer pessoa estressada perde a paciência. A fadiga crônica, com cansaço constante, tira nosso ânimo para realizar tarefas do trabalho e da casa, ou até pequenos prazeres, como ir à academia, executar hobbies ou fazer um passeio pelo shopping.
A insônia característica do estresse causa tensão muscular e confusão mental. Quando dormimos mal, a gritaria alegre dos filhos é um soco na cabeça, e a buzina dos carros ou uma fala mais alta tira nossa concentração e paz. O estado depressivo decorrente do estresse tira a alegria da espera. A baixa imunidade frustra expectativas, viagens, planos e eventos.
Homens e mulheres podem ser afetados pelo estresse – e infelizmente os homens demoram mais para buscar ajuda e modificar seus hábitos cotidianos. Assim sendo, muitas vezes são as mulheres (mães, esposas e filhas) que precisam introduzir mudanças no cotidianos do lar, e convencer os homens a diminuir o nível das cobranças internas e externas, racionalizar as metas propostas, e a gastarem mais tempo com a família, realizando tarefas agradáveis.
De modo a tratar o estresse, é importante rever as atitudes mais corriqueiras: Acordamos com tempo suficiente ou vivemos correndo e atrasados? Dormimos o quanto precisamos? Sabemos dividir tarefas com as pessoas ou fazemos tudo sozinhos porque não confiamos em ninguém? Nos alimentamos bem? Fazemos todas as refeições? Nos cercamos de pessoas positivas? Pensamos que tudo vai dar certo ou que sempre vai dar errado? Planejamos sem levar em conta o tempo, o trajeto ou a incompetência das pessoas? Queremos nos ocupar de coisas que não são para hoje? Ficamos pensando no que não deu certo?
Portanto, organize-se para tomar seu café com calma, para mandar mensagens de amizade e afeto para quem você ama e ama você. Quando estiver em casa, com pessoas reais, afaste-se do celular e deixe de navegar em realidades virtuais. E, por favor, não leve trabalho para casa. Dance, cante, brinque um pouco mais, durma mais cedo, aproveite o sol e os finais de semana, envolva-se nos eventos em sua igreja, e abrace mais sua família.
Lembre-se das palavras de Jesus: Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês. (Mateus 11.28). Quando seu nível de estresse aumentar, a ansiedade bater, ore. Coloque suas inquietações para Deus, converse com ele, abra seu coração e fale de seus medos e anseios.
Elaine Cruz
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