Eu nasci em São Paulo, mas moro no Rio de Janeiro desde os meus treze anos. Nesta cidade me casei, construí minha carreira profissional e ministerial, e criei meus filhos, e a despeito de já ter morado fora do país, o Rio é o lugar para onde sempre retornei.
Contudo, desde que cheguei na cidade, não consigo me acostumar com as altas temperaturas do verão - que em muitos dias se estendem às outras estações do ano. Desde solteira, já desmaiei algumas vezes, pois o calor exagerado, que chega a gerar sensação térmica de mais de 50 graus Celsius, vai aos poucos reduzindo minha energia. Quando posso, recorro ao ar condicionado, agradecendo a Deus pela sabedoria que deu aos homens para tão útil invenção!
A Bíblia afirma que enquanto durar a terra, plantio e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite jamais cessarão (Gênesis 8:22). Sabemos que esta verdade é inegável, pois temos diferentes estações e localizações no planeta, com climas diferenciados que se repetem ano após ano. E é sempre emocionante visitar lugares com climas distintos, assistir ao nascer e pôr do sol, contemplar os picos nevados ou ver o caminho do sol no mar.
Mas, voltando ao calor, há um versículo que sempre me vem à mente quando o calor é demasiado: ”Tens sido refúgio para os pobres, refúgio para o necessitado em sua aflição, abrigo contra a tempestade e sombra contra o calor …“ (Isaías 25:4$). Oh, que lindo saber que Deus é sombra contra o calor!
Além de admirar o fato da Bíblia ser tão precisa quanto à necessidade da sombra nos dias quentes, é claro que sabemos que a aplicação deste texto vai além da literalidade das palavras. No calor das emoções, quando a irritação ou a revolta nos tentam consumir, Deus pode trazer refrigério, acalmando os ânimos que queimam a alma.
No calor de uma discussão, o vento do Espírito pode soprar e acalmar nosso ímpeto.
No calor dos impulsos pecaminosos, podemos clamar pelo arrefecimento dos nossos desejos.
Quando o sofrimento arder e parecer queimar nosso peito, quando as lágrimas não conseguem apagar a chama da dor que consome a alma, podemos clamar pela sombra, pelo refrigério que encontramos no esconderijo do Altíssimo, buscando nos abrigar à sombra das asas do Todo Poderoso.
Não permita que o sol escaldante da vida cegue seu olhar ou derreta suas esperanças. Mas, assim como ansiamos pela sombra nos dias de calor intenso, que possamos procurar pela sombra divina todos os dias que, como declara Salomão em Eclesiastes, vivemos debaixo do sol!
Elaine Cruz
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