Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

Quem casou bem?

Quando encontramos alguém que não víamos há muito tempo, é comum que a conversa gire em torno de assunto sobre um tempo comum compartilhando, ou sobre pessoas com quem partilhamos de algum convívio. Dentre as perguntas que surgem ao longo da conversa, sempre há aquelas do tipo: Você se lembra daquela vez em que…? E por falar nisso, e o Fulano? Tem notícias dele? E a Fulana, já casou? E casou bem?

É bom quando temos notícias de pessoas e sabemos que estas seguiram com suas vidas, que estão firmes em Deus, que construíram uma bela família e uma boa carreira. Porém, é triste descobrir que alguém de quem já fomos próximos, e de quem por circunstâncias diversas nos afastamos, acabou falecendo, se desviando da fé ou casando mal.

Quando alguém se casa bem, a expectativa é de que esta pessoa vá construir uma boa família e ser feliz. Afinal, depois da salvação, a seleção da pessoa correta para conjugarmos a vida é a principal decisão a ser tomada ao longo da nossa caminhada terrena. Casar mal implica em vivenciar inúmeros infortúnios e sofrimentos desnecessários.

Hoje em dia, é muito comum que as pessoas descrevam um casal pela química sexual que os aproxima – como se tensão ou atração sexual fosse definir uma boa dinâmica conjugal. Há uma supervalorização do desejo passional, e quando a paixão se extingue a química também acaba, tornando-o os desfechos de relacionamentos bem infelizes, com duas pessoas vazias, frustradas e confusas.

Não é a paixão ou o desejo sexual exacerbado que define um bom casal – por mais que a atração sexual seja importante ser mantida ao longo dos anos. O que define um bom casal é o fato de serem moralmente compatíveis, compartilhando os mesmos princípios e valores quanto à fé, família e conduta esperada. Casais que se respeitam mutuamente, que possuem os mesmos ideais e metas de vida, que partilham de uma educação cujos valores sejam bíblicos, e que conjugam socialmente os mesmos valores de vida e família, são casais que casam bem.

Mas, por vezes, o que assistimos é uma discrepância assustadora. Há casais em que, desde o namoro, a moça é bem-educada, de boa família, com chamada ministerial e belas aspirações quanto à carreira profissional, mas ela acaba escolhendo um rapaz “deitão”, que é grosseiro em suas atitudes, e cujo comportamento moral deixa a desejar. Neste caso, se insistem no namoro e chegam ao casamento, ele casa bem, mas ela casa mal…

Pode também acontecer o inverso: um rapaz que ama trabalhar na igreja, que tem um ministério lindo na Igreja onde congrega, bom filho e irmão exemplar, pode se envolver com uma menina com moral duvidosa, que não pretende se dedicar ao ministério, ou que não compactua das mesmas metas de vida ou dos mesmos valores familiares do rapaz. Nestes casos, se o casamento acontece, ele casa mal, mas ela casa bem…

O triste é que, em um relacionamento conjugal, quando um casa mal, ambos sofrem, pois o casamento sempre estará aquém do desejado por aquele que casou mal – mas este geralmente vai continuar tentando ajustar as diferenças, muitas vezes sofrendo em silêncio, fazendo o trabalho de duas pessoas para que a família não desabe. E quando os filhos chegam, a educação e as metas de vida diferenciadas vão evidenciar ainda mais as diferenças morais e espirituais.

O mais triste é que só depois de alguns meses ou anos, quem casou mal consegue se arrepender por não ter ouvido pais, pastores ou amigos mais próximos que, em vários momentos, aconselharam dizendo “pense bem”, "ele(a) não é pra você”, “perceba como vocês brigam constantemente”, ou "observe como os valores da família e a forma de viver a fé são diferentes”. Infelizmente, muitas vezes, pode ser tarde demais!

Ao pensar em namorar e casar, escolha bem, recordando o texto bíblico: Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? (2 Coríntios 6.14,15).

É lindo conviver com casais em que os dois casaram bem. Portanto, se você é solteiro(a), lembre-se: só vale a pena se casar se for para casar bem.

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Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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