É interessante envelhecer, ver os anos se passarem, e poder observar a relevância das verdades bíblicas. Uma delas é a verdade está contida em Eclesiastes 3.15 NVT: "Aquilo que é, já foi, e o que será, já foi anteriormente. Em uma outra versão, podemos ler: O que acontece agora já aconteceu antes, e o que acontecerá no futuro também já aconteceu, pois Deus faz as mesmas coisas acontecerem repetidamente."
Para quem ainda está na infância, tudo é novo. Crianças vivenciam o primeiro dia no colégio, o primeiro bullying da vida, a primeira vez que serão traídos pelos ditos amigos, a primeira vez em um parque de diversão, a primeira viagem de carro ou de avião para conhecer lugares diferentes.
Os adolescentes e jovens ainda encaram as novidades do primeiro vestibular, o primeiro namoro, o primeiro beijo, ou a primeira vez que viajam sozinhos, por exemplo. Mas o interessante desta fase é que a maioria deles acha que eles realmente estão descobrindo a roda, sendo revolucionários, fazendo coisas que surpreenderão seus pais, que julgam ultrapassados - não sabem que os pais também se sentiam invencíveis e inovadores em suas ações e projetos de vida na adolescência.
A vida adulta nos faz perceber que, por mais que planejemos um futuro inovador e diferenciado, muitas pessoas e processos não mudam. O sistema social é rígido, e se quisermos êxito profissional e pessoal, teremos que nos encaixar nele, lidando com a cultura na qual estamos inseridos, e encarando as horas de trabalho diário, as tarefas profissionais, e o desgaste provocado pela dinâmica dos relacionamentos interpessoais que acontecem na parentela, na família, entre amigos, na igreja, no trabalho, ou com a pessoa com quem escolhemos conjugar a vida.
Com o passar dos anos, vamos vivenciando como as coisas vão e vêm. Há um ciclo de cerca de vinte anos que se repete continuamente, fazendo com que o presente encontre o passado, mesmo que remodelado. Os elementos que foram populares no design, na moda, na decoração e nos hábitos em gerações anteriores, acabam retornando ao nosso cotidiano. Assim sendo, basta viver quarenta anos para perceber que tudo o que hoje é moda ou tendência, já o foi em outro momento da nossa vida!
Quando os anos da velhice se aproximam, e retornamos duas ou quatro vezes às “tendências atuais”, percebemos realmente que tudo é vaidade. Tal como aconteceu com Salomão, concluímos que nada é exatamente novo, que nada faz muito sentido, que não teremos tudo exatamente como planejamos, e que por mais que tenhamos a eternidade plantada nas nossas mentes, somos efêmeros, contraditórios e confusos.
Na verdade, quanto mais vivemos, mais experimentamos a nostalgia do que passou, as lembranças do que realizamos, a saudade dos que já foram, e a consciência dos nossos limites físicos e racionais. Sim, para aqueles que na vida têm a benção de envelhecer, um pouco de racionalidade nos faz perceber que precisamos de Deus para trazer sentido à existência humana. Só Ele pode nos fazer viver em novidade de vida. Só Ele, que se mantém estável e absoluto sobre as intempéries e inconsistências do tempo e da vida, pode desanuviar e direcionar nosso futuro!
Elaine Cruz
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