Ao longo da vida nós elaboramos várias perguntas. Algumas são simples, com conclusões práticas, mas outras são complexas - e para algumas nunca teremos respostas.
Quando crianças todos nós tínhamos interesse em saber do nome das coisas, como foi nosso nascimento, e como surgiam os bebês. Por volta dos quatro anos de idade, quando estamos no auge da fase curiosa, é esperado que as crianças perguntem coisas aparentemente simples, como: Por que o sol é amarelo? Por que o céu tem vários tons de azul? Por que a água é molhada? O que acontece no escuro? Para onde eu vou quando estou dormindo?
Crescemos e, quanto mais conhecemos, mais perguntas surgem: O que serei quando crescer? Com quem vou me casar? Faço ou não uma pós-graduação? Como escolher a quem chamar de amigo? Como saber se uma pessoa é realmente fiel ao meu afeto? O que faço para não me decepcionar com as pessoas? Como esquecer as afrontas?
Tantas perguntas… que só aumentam quando conhecemos a Bíblia! Como Pedro conseguiu trair Jesus? Como Sansão se deixou enganar por Dalila? Qual o tamanho da dor de Eva ao ver um filho assassinar o outro filho? O que não passava na mente de José quando ele estava na prisão e se lembrava dos seus irmãos? Por que Judas escolheu trair o Mestre? O que Paulo pensava quando estava sendo levado para ser decapitado? Como era a imagem do mar aberto na passagem pelo mar vermelho?
Há tantas perguntas para as quais nunca teremos respostas. Nunca haverá respostas claras sobre as escolhas das outras pessoas. Nunca entenderemos o que se passa na cabeça dos que nos traem. Nunca saberemos o que leva uma pessoa a escolher mergulhar no pecado. Nunca saberemos o quanto pesou nos ombros de Jesus o pecado de toda a humanidade.
Sabemos que Deus não nos responde todas as vezes em todas as situações em que fazemos perguntas. Algumas perguntas o tempo nos ajuda a responder, mas outras vão se acumulando e só nos cabe aceitar: Por que alguém da família nasce com deficiência motora ou mental? Por que alguém tão bom adoece tanto? Como explicar o desamor e sofrimentos causados por uma pessoa que amamos? Por que uma pessoa querida morreu tão cedo?
Quando analiso alguns personagens bíblicos, como Jacó, Esaú, Lia e Raquel, algumas perguntas são elencadas: Como viver com pais que fazem seus filhos competirem por afeto? Como duas irmãs podem ser amigas se precisam disputar o amor de um mesmo homem? Como superar a dor da rejeição? De que modo podemos escolher ser feliz quando quem mais amamos decide amar outra pessoa?
Mesmo sem ter convivido ou atendido esta família como psicóloga em meu consultório, é possível imaginar e supor algumas respostas para as perguntas acima. E algumas delas estão em meu novo livro FAMÍLIAS EM CONFLITO, onde vamos esmiuçando o triângulo afetivo formado por Jacó, Lia e Raquel - percebendo que muitas histórias e sentimentos se repetem em nossas famílias nos dias atuais.
Meu desejo é que meu novo livro nos ajude a encontrar respostas e desenhar atitudes esperadas e corretas para muitas situações da vida. Mas, certamente, muitas outras vão continuar a nos inquietar, pois nossa tendência é sempre analisar e tentar compreender coisas e pessoas. Só não podemos nos esquecer de que, quando nada fizer sentido, ou as respostas não forem compreensíveis ou aceitáveis, Deus permanece sendo o único que é onisciente.
Deus tem todas as respostas que precisamos. E mesmo quando Ele não nos responder, continuaremos crendo no poder divino de nos conduzir pelo único Caminho que realmente importa.
Quando não temos respostas, Deus é A resposta.
Elaine Cruz
*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).