Na igreja que pastoreamos, uma nova convertida veio me trazer uma situação interessante: No período do Carnaval deste ano, a escola do filho dela enviou um comunicado pedindo que ela o enviasse com uma fantasia engraçada, mas que não causasse medo nas outras crianças, pois a classe de alunos está na fase dos cinco anos de idade. Ela me procurou, e concordou em não enviar seu filho à festa da escola pelo fato de ter uma nova compreensão sobre os motivos do carnaval.
Curiosamente, o mesmo colégio (bastante caro e importante no Rio de Janeiro), enviou uma outra comunicação para os pais, sobre as festas de Halloween, sugestionando que os alunos fossem fantasiados com temas e alegorias sobre caveira, magos e bruxas! Ao questionar o colégio sobre as incongruências entre os dois comunicados, a escola simplesmente argumentou que as crianças precisam perder o medo do “universo gótico e macabro”.
Sei que este é apenas um exemplo de como nossos filhos e netos estão sendo alcançados com a chamada “cultura dark” (cultura escura, ou ocultista) que envolve festas com a temática de Dia das Bruxas, Halloween e Dia dos mortos. Diferentemente do dia em que crianças pedem doces oferecidos a ídolos como Cosme e Damião (o que já é triste e espiritualmente grave), no Halloween também há pedidos de doces, mas o culto e brincadeiras sobre morte, bruxarias, feitiçaria e ocultismo é muito ampliado - basta lembrar que a palavra Hallow significa Fantasma!?
A Bíblia tem uma passagem seríssima: Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo! (Isaías 5:20).
Pensando neste texto bíblico, fico me perguntando quão fácil é inverter valores e conceitos - o que tem sido um fato tão recorrente nos nossos dias. Cresci visitando meus parentes mineiros, que gostavam de contar causos sobre fantasmas e assombrações que aconteciam na roça. Meus pais sempre aproveitavam para elucidar e explicar o mundo espiritual, mas muitos deles, só depois de se converterem, passaram a compreender a realidade demoníaca e compreenderam o que de fato viam ou ouviam. Mas o mais interessante é que todos tinham medo de falar sobre temas macabros, enquanto nossas crianças estão sendo expostas a práticas demoníacas desde a mais tenra idade, através de jogos, brinquedos e desenhos infantis. A verdade é que palavras como caveiras, morte, duendes, espíritos, treva, maligno, diabo, inferno, demônios, fantasma, bruxas, magos, dentre outras, fazem parte de muitas histórias, jogos de celular, textos estudados no colégio ou desenhos assistidos na televisão da casa. E esta diluição do temor ao que é mal, é mais um artifício maligno de transformar mal em bem, amargo em doce, opressão em normalidade!
Nossos filhos, não importa a idade, precisam saber que o Mal será sempre mau. Satanás não irá se converter (como pregam alguns). O inferno não será extinto ou se transformará em paraíso. A Morte sempre será consequência do pecado. Fantasmas, duendes, assombrações e espíritos sempre serão formas diferentes de nomear demônios. E a bruxaria, feitiçaria e celebrações a mortos sempre serão abomináveis diante de Deus! Portanto, sejamos amorosamente firmes para manter e ensinar os princípios bíblicos aos que amamos. Afinal, quanto às doutrinas bíblicas, sempre absolutas, não há como alterar o que Deus chamou mal para bem, ou adoçar o que Deus considera amargo.
Afinal, afeto, amor, comunhão, perdão, saúde, e sobretudo a salvação, dentre tantos bens, são muito melhores do que berços de ouro!
Elaine Cruz
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