Ao longo da nossa vida aplicamos os vocábulos Limpar e Sujar em inúmeras ocasiões. Os dois verbos são antônimos, e ambos podem ser aplicados a diversas situações em sentido literal ou figurado: Uma casa pode estar limpa de ácaros, assim como uma pessoa pode ser considerada “ficha limpa”. Um carro pode estar sujo de poeira, assim como chamamos uma pessoa que fala muito palavrão de "boca suja”.
Não há como viver sem sujar coisas. Sujamos as roupas que usamos para sair de casa, sujamos as louças e apetrechos de cozinha utilizados para a confecção da nossa alimentação, sujamos nossos sapatos com a poeira das ruas. E as vezes até desejamos que nossas crianças brinquem muito, que se divirtam tanto em parques e bosques, que nos dá prazer vê-las sujas por correrem com os primos e amigos. Quem não se emociona com os filhos felizes e lambuzados com chocolates ou sorvetes? Como é bonito ver o “bigodinho” formado pelo copo de leite, ou assistir os netos se divertindo brincando com terra ou com argila sob a nossa supervisão.
É claro que nossos filhos precisam saber que há momentos específicos para se sujarem, mas que depois precisam se banhar ou limpar o que foi sujo. Afinal, a sujeira pode ser previsível, mas não pode ser uma tônica constante no nosso cotidiano.
De forma figurada, não podemos ter um caráter sujo, ou desenvolver hábitos que tragam nódoas às nossas condutas. A sujeira, literal e figurada, faz mal ao corpo e a alma.
Assim sendo, limpamos nossos corpos, móveis, objetos, roupas, ruas, carros, casas, prédios, e até a atmosfera quando evitamos a propagação de gases e comburentes, por exemplo. E, de forma análoga, podemos limpar nossa mente de pensamentos negativistas e errôneos que mancham a alegria do nosso cotidiano. Precisamos nos limpar de sentimentos de menos valia ou invejosos, que sujam nossa consciência. Necessitamos limpar nossas palavras para que não sejam pesadas ou dolorosas, provocando nódoas nos afetos de quem nos ouve.
Do ponto de vista espiritual, estamos vivendo dias em que o ato de se limpar ou se sujar está cada vez mais antagônico. Estamos vivendo os dias em que a Bíblia ressalta que: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda. Eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.” (Apocalipse 22:11-12).
O mundo está cada vez mais polarizado entre os que decidem pela imundície e os que optam pela santidade. Estamos vivendo dias em que os idealizadores de conteúdos fazem questão de ressaltar as investidas malignas por trás de filmes, desenhos infantis e até mesmo de práticas chamadas pedagógicas dentro de instituições de ensinos.
Em tempos da divulgação do carnaval, muitos carnavalescos estão claramente declarando nas redes sociais que a festa é organizada para adoração a demônios, de modo que não há mais porque muitos insistirem em dizer que o Carnaval é só um feriado prolongado, sem comprometimento espiritual para cidades ou pessoas. O mundo espiritual está em guerra, muito bem posicionado e polarizado, permitindo que não sejamos enganados!
Portanto, quando o pecado e a transgressão contra Deus são estimulados e cada vez mais escancarados, não temos desculpas. Há que haver um posicionamento: ou nos sujamos e nos aprofundamos ainda na injustiça, ou decidimos pela limpeza, pela santificação!
O que não dá é para ficar no meio do caminho, pois o que se julga meio limpo já está sujo. Ou nossas vestes ficam completamente limpas, ou já estaremos sujos diante de Deus!
Elaine Cruz
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