Cada vez menos ouvimos as pessoas falarem sobre remorso. Até porque é um sentimento individual, experimentado por aqueles que acreditam que cometeram uma ação que infringe um código moral que obedecem.
O remorso é mais intenso que a tristeza e implica um estado de longo prazo. E em geral, as pessoas sentem remorso quando se conscientizam dos erros que cometeram, especialmente quando temem as retaliações possíveis.
Do ponto de vista bíblico, enquanto o remorso é a vergonha de ser descoberto em pecado, o arrependimento é um sentimento profundo de tristeza por um erro cometido — muitas vezes, sem que esse sequer tenha sido descoberto — e que necessariamente vai levar a uma mudança de vida.
Sabemos que quando há arrependimento, há mudança de mentalidade - o que consequentemente vai provocar novos valores e novas atitudes. E é exatamente por isso que a Bíblia não trabalha com remorso, mas com arrependimento!
Por outro lado, no mundo em que vivemos, até mesmo o remorso está escasso. Grupos terroristas expõe com orgulho idosos, mulheres e bebês sendo degolados e mortos. Outros, com extrema maldade, queimam cristãos vivos dentro de igrejas ou de suas casas. E até mesmo no Brasil, cada vez mais enfermo, social e espiritualmente, bandos de homens maus expõem armas e corpos de pessoas que exterminaram, como se os assassinatos os fizessem heróis.
No Brasil temos instalada a hipocrisia da quarta-feira de cinzas, estipulada para que as pessoas sentissem remorso e fossem absolvidas dos pecados praticados no carnaval. Contudo, o que acontece hoje é que este dia passou a ser mais um dia de desfiles, de depravação e abominação diante de Deus. As pessoas escolhem permanecer no erro, continuando o ciclo da pecaminosidade que se estende ao longo dos outros dias do ano.
O triste é perceber que o discurso de muitos evangélicos é semelhante. Eles pecam, mas como a pena não é imediata, pois não são fulminados como aconteceu com Ananias e Safira, eles pensam que seguirão impunes.
Fato é que esta aparente impunidade provoca ainda mais o crescimento de mentes cauterizadas pelo pecado. E o triste é que até mesmo algumas igrejas ou líderes, ditos evangélicos, não pregam mais sobre o fato de que o salário do pecado é a morte e o inferno!
Precisamos ensinar nossos filhos a se preocuparem com as consequências de seus erros. Nossos adolescentes precisam ser disciplinados e aprender a pensar nos resultados das ações antes de agirem. Precisamos ser seres que se preocupam em sentir e agir de forma correta, de modo que não tenhamos remorsos. E como Igreja de Cristo, necessitamos pregar mais sobre contrição e arrependimento.
Elaine Cruz
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