Deus, ao criar o homem, declarou que não seria bom que ele vivesse sozinho; e como bom arquiteto que é, formou a mulher, a partir de uma costela tirada do próprio homem, para ser sua companheira e, através dos dois, a terra fosse povoada de seres humanos.
Sendo assim, o homem, sendo alma vivente, torna-se um ser gregário e relacional, com a capacidade de interagir com outros através das habilidades sociais: pode se comunicar, agir, interagir, reagir, enfrentar situações e lidar com as diferenças. Assim, todos nós precisamos desenvolver nossas habilidades sociais para termos sucesso e sermos bem sucedidos na vida.
Houve um homem na Bíblia que pediu a Deus que suas habilidades sociais fossem desenvolvidas. Salomão disse a Deus: “Dá-me, pois, agora, sabedoria e conhecimento, para que possa sair e entrar perante este povo...” (2Cr 1.10). Vejamos, então, o que significa habilidades sociais.
As habilidades sociais são um conjunto de requisitos que usamos como ferramentas para nos conectar e interagir com as pessoas com as quais nos relacionamos ao longo da vida, tanto as que estão mais próximas, como as que estão mais longe, mas que nos perpassam. Outrossim elas servem para o desempenho da empatia, desenvolver amizades e outras relações do nosso cotidiano. As habilidades nos tornam seres sociáveis e civilizados.
Desde a infância, somos expostos a diversas situações sociais; quem de nós lembra o primeiro dia de aula? Seu ou do seu filho... Quando isso acontece, a criança sente que está fora do contexto familiar, então necessita dessas ferramentas, a fim de que suas primeiras relações sejam efetivas e eficientes, com uma boa adaptação, tanto nos relacionamentos quanto no desempenho escolar. Crianças com habilidades sociais mais elaboradas tendem, via de regra, a apresentar melhor rendimento escolar. É interessante destacar que o ambiente onde a criança se desenvolve, e onde interage com os que estão em seu entorno, é onde começa a desenvolver suas habilidades.
Podemos afirmar que habilidades sociais são desenvolvidas ao longo da vida, e quando deficitárias ou empobrecidas, há um comprometimento no que diz respeito ao papel social e as relações do implicado. As habilidades sociais, segundo Del Petre, são situacionais, culturais e dependem de valores, normas e regras; portanto, é necessário ter desempenho social, que é qualquer tipo de comportamento emitido na relação com outras pessoas. Os principais agentes da socialização na infância são pais, professores e colegas. O autor supracitado reitera que pais e professores são os principais agentes desses processos quando estabelecem relações educativas com as crianças. Na verdade, ao fazer essa rápida exposição sobre as habilidades sociais, o que são e como são desenvolvidas, surge um pensamento: será que nossas crianças estão se desenvolvendo em um ambiente propício para desempenhar essas habilidades?
Quem são os referenciais dessas crianças? Aprenderam a conviver com frustrações? Podem escutar um não? Ou seus caprichos são sempre satisfeitos? Cuidemo-nos, pois o ambiente pode favorecer ou desfavorecer o desempenho de comportamentos sociais. Na Bíblia, temos exemplos de filhos cujo ambiente familiar não lhes foi apropriado para tal; Adonias nunca foi contrariado pelo pai (1Rs 1.5-6). As filhas de Ló não tiveram habilidade de reagir à vida pecaminosa de Sodoma (Gn 19.31-38). E isto trouxe grande prejuízo a eles e suas famílias.
Meu desejo, ao refletirmos sobre o assunto, é que desempenhemos nossas habilidades sociais no nosso dia a dia, assim desenvolveremos cada vez mais a civilidade, a empatia, a assertividade, o autocontrole, a capacidade de fazer e preservar amizades, e a solução de problemas interpessoais. No entanto, se você acha impossível desenvolver essas habilidades, que fazem bem a qualquer ser humano, tenho uma dica para você. Paulo disse: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fl 4.13). O Senhor, por meio do Espírito Santo, nos ensina todas as coisas (Jo 14.26).
Deus nos ajudará! Acreditemos!
Judite Alves
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